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domingo, 25 de março de 2012

Om Sarve - Mantra do AMOR Universal




Arte em Pintura de Alexei Antonov


O AMOR é tudo!!!
Vibrar AMOR é nosso dever maior…
O AMOR está dentro de cada um, basta um pequeno gesto diário e ele se expandirá rapidamente...Uma palavra, um abraco, um olhar…um colo… um carinho….um sorriso…uma escuta…tudo é AMOR!!
Todo mundo precisa de AMOR!!!!!!

All You Need Is Love
Love is all you need
Love is all

O AMOR de meu coração saúda o AMOR em seu coração !!
Rose Colaneri

Om Sarve – Mantra da PAZ, do AMOR Universal !

Om Sarve Bhavantu Sukhinaha
Sarve santu santu niramaya
Sarve Badhrani Pasyantu
Ma Kaschid Dukha Bhag Bhavet

Esse mantra diz

"Que todos os seres sejam felizes
Que todos os seres sejam livres de doenças
Que todos os seres possam ver coisas auspiciosas
Que todos os seres sejam livres dos sofrimentos
(minha tradução livre)

Ou

"Que todos os seres sejam felizes
Que a existência possa suprir todas as suas necessidades
Que todos possam encontrar o deus interior
(do site: http://wiki.softwarelivre.org)

quinta-feira, 15 de março de 2012

O AMOR é tudo... Mantra

Pintura belíssima de Magritte




Namaste!

Eleve sua mente, pense no TODO !!
Cante AMOR!
Vibre AMOR!
Seja AMOR!
Verdadeiramente!!

Love is all there is

Baba Nam Kevalam
O AMOR é tudo...
Eis o significado deste mantra.

Minha religião é o AMOR !!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Kairós - As batidas do coração - Rubem Alves





O tempo se mede com batidas.
Pode ser medido com batidas de um relógio (chronos)
ou pode ser medido com as batidas do coração (kairós).
Ao coração falta a precisão dos cronômetros.
Sua batidas dançam ao ritmo da vida - e da morte...
Nossa civilização tem palavras para dizer
o tempo dos relógios: a ciência,
mas perdeu as palavras para dizer
o tempo do coração.
Coração não entende chronos.
Coração entende vida.
Kairós mede a vida pelas pulsações do amor.
Chronos me diz que eu nada possuo.
Nem mesmo meu corpo.
O relógio é o tempo do dever,
corpo engaiolado.
Kairós vem em meu socorro,
para espantar a tristeza.
Diz-me que o tempo é uma criança.
Convida-me a brincar com chronos.
Cada momento de brinquedo
é uma eternidade completa.
A vida tem que ser uma namorada.
O amor vale pelo momento.

*Rubem Alves*

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

É Primavera !!





Aconteça o que acontecer em nossas vidas, o tempo não pára, a natureza segue seu curso e assim chega hoje a estação mais esperançosa que existe, a estação do florescimento, nascimento, recomeço... assim eu vejo a primavera...recomeçar com flores, cores, perfumes...tudo se move, o cinza invernal dá espaço para o colorido primaveril...é dessa maneira que a natureza se recupera da escuridão fria do inverno ...é assim que nós devemos nos reerguer perante a vida que se renova a cada flor que nasce, a cada cor que brilha nesse espaço divino e lindo que é o Planeta Terra.

Acolher na alma, no coração esse momento vivo de rara beleza é como dar mais vida às nossas vidas, é como ver o sol brilhar mais intensamente, é saber que como a natureza, nós temos que reconhecer o momento de mudar, recriar, renascer...com cor, perfume, delicadeza, beleza...alegria...mesmo que tudo seja efêmero, mas tendo sua existência intensa terá valido a pena...

E que nossos caminhos sejam muito mais FLORIDOS ...

E assim será!

Esperança é para quem sabe esperar!!!!

A música é Barcarolle de Offenbach cantada pela adorável Nana Mouskouri – Alegria sempre, na alma, no coração, mesmo que ainda não manifestada fisicamente, mas ela chegará...

Na imagem, tela de Leonid Afremov, que gosto demais, onde sinto a presença da intensidade da alma...a vida em cores vibrantes e alegres.
Que assim seja...
Assim seja
E assim será!

Rose

Primavera

Cecília Meireles


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.



sábado, 27 de agosto de 2011

Valeu a pena ??? By Rose Colaneri and Rubem Alves








Sempre chega um momento em nossas vidas que nos questionamos: Valeu a pena?

Parafraseando Fernando Pessoa : Valeu a pena, se a alma não é pequena”. Cada um sabe quantas dores lhe cabe na alma e como as suporta, cada um sabe o que faz com aquilo que o fez sofrer ou sorrir. Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é (Caetano Veloso).

Nessas experiências de vida é que tomamos consciência do poder da força e da fé que possuímos, ou não, do amor que temos dentro de nós e de sua potência perante os desafios, descobrimos o quão grande é a fragilidade de ser e estar, e quanto pesa a dor da escuridão da alma...

dos silêncios...desencontros...abandonos...solidão...desamor...

e o encontro consigo mesmo.

Muitos se perderam no caminho para depois se encontrar, muitos se perderam no caminho somente para hibernar e nada mudar, muitos se perderam no caminho para realmente se perder...cada um conhece somente a dor que lhe cabe verdadeiramente, cada um sabe de si somente...

“Não importa o que fizeram com você.
O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”.
Jean Paul Sartre





Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!




Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa

Ninguém passa por sua vida sem deixar uma marca...algumas são feridas que doem e sangram, outras são o bálsamo que lhe ajudará a cicatrizar essas feridas, outras deixam seu perfume encantador e enriquecedora sabedoria. Algumas marcas somem com o tempo...outras ficam como cicatrizes bem visíveis como prova de aprendizado para que não se repitam os mesmos erros...outras...as marcas do bem ficam eternas como perfume no ar...que a qualquer momento pode voltar a ser exalado...Às pessoas que por vezes passam tão rapidamente por nós dando exemplos de amor e superação devemos toda gratidão e carinho, essas são as verdadeiras conquistas pessoais, que ficam marcadas no coração...mesmo que passem como um relâmpago, um momento fugaz, mas são momentos de êxtase profundo que sobreviverão para sempre na memória e na saudade...

Esses breves instantes de vida, os bons, é que devem ser valorizados intensamente...são neles que moram nossas melhores recordações, neles residem nossa saudade hoje, porque saudades só sentimos daquilo que foi bom, mesmo que tenha sido por um instante ou por mais tempo. O que importa é na verdade termos a consciência que tudo é efêmero existencialmente, mas eterno na lembrança de nossos corações, emoções...que o eterno dentro de nós só abrigue as emoções do amor e nunca as de mágoas!

Pessoas entram e saem de nossas vidas, procure deixar nelas a melhor impressão de caráter, de lealdade, honestidade, bondade, respeito, amor, carinho, ternura...é isso que faz de você uma pessoa especial que certamente Vale a pena !!!!!

Porque a vida acontece agora no hoje...amanhã pode não existir , não deixe ninguém com mágoa de você...poderá não haver outro momento para curar feridas!!! Faça sempre Valer a pena!!!!!!!!!!!!

By Rose Colaneri


"Só é possível transformar-se na medida em que já se é."
Friedrich Novalis




Não compares tua vida com a dos outros. Não tens idéia do caminho que eles andaram”.

“Antes de me julgar, ande com as minhas sandálias”.

*.*



Por Rubem Alves




Ali estávamos nós quatro: você, eu, I-Ching e Beethoven. As moedas iam marcando a direção do oráculo-luz para sua pergunta. Mas você não sabia que há perguntas para as quais o livro dos oráculos não tem respostas. Porque ele foi escrito para aqueles que, diante do escuro do futuro, procuram um conselho de prudência:
Que fazer?

O livro não diz o que vai acontecer, porque ele não sabe. Suas respostas são como a previsão do tempo: tempo bom com nebulosidade; tempo instável, sujeito a chuvas; temperatura em declínio, aproxima-se um furacão… Ninguém que navega em barca a vela se atreve mar adentro sem antes lançar suas moedas e perguntar ao tempo o que o futuro reserva. Os que ignoram as advertências do tempo poderão pagar com a vida. Ulysses Guimarães pagou. Nunca mais foi achado. Acostumado ao poder, achou que poderia desafiar o tempo. Perdeu. Assim é o I-Ching: um oráculo que anuncia o tempo do Tao.

Tao é o nome do mar onde a vida navega. Cedia Meireles entendia:

Muitas velas, muitos reinos, âncora é outro falar, tempo que navegaremos não se pode calcular…

Não é possível derrotar o mar absoluto com os remos que temos nas mãos. É preciso fazer como quem navega: levantar as velas, direcionar o leme, e deixar-se levar pelo vento misterioso da vida…Mas você não estava pedindo um conselho de prudência sobre o futuro. Você pedia uma palavra de sabedoria sobre o passado.

Valeu a pena?

Tantos rochedos, tantas tempestades, tantas velas rasgadas e recosturadas, tantos mastros quebrados e consertados… Valeu a pena? E eu senti, na sua pergunta, uma outra mais terrível – se não teria sido melhor ter naufragado…E o I-Ching não soube que resposta dar. Talvez porque a resposta já estivesse no ar,um hexagrama inexistente onde estivesse escrito: Pergunta ao Beethoven!Já na cama, eu perguntei ao Beethoven. A gente estava ouvindo o último movimento da Nona Sinfonia.

Por várias vezes a orquestra cantara o tema, começando com os veludos dos violoncelos, os ouvidos tinham de prestar atenção, pois a música parecia um sussurro. Aos poucos os outros instrumentos foram acordando, saindo do seu silêncio, até que todos se puseram a tocar com força sobre-humana. Talvez este tenha sido o esforço supremo de Beethoven para ouvir aquela beleza perfeita que só ouvia com a alma, pois seus ouvidos já nada ouviam.

Valeu a pena?

A orquestra, então, como um golpe de marretas, uma cadência trágica e furiosa, interrompe a beleza celestial do tema num grito de revolta que diz: Não, não valeu a pena! Ao final, parece que o trágico leva a melhor. Mas isso era resposta que Beethoven não podia aceitar, ainda que fosse oráculo de I-Ching. E ele pede socorro de alguém maior que todos os oráculos. Ele chama um poeta. O poeta vem e canta sobre o trágico canto, o seu canto de alegria:

Oh! amigos – não cantemos assim: Cantemos com prazer maior, com mais alegria! Alegria! Alegria! Centelha de Deus! Todas as criaturas bebem dela, nos seios da natureza.

Faz muitos anos eu li o livro Lições de Abismo, de Gustavo Corção. É a história de um homem, nos seus 50 anos, que descobre que tem apenas mais seis meses de vida. Sem tempo para construir o futuro, ele olha para trás, na tentativa de ouvir alguma melodia que se tivesse anunciado em meio às dissonâncias de sua vida. E se perguntava:



Valeu a pena?



Que bom seria se fôssemos como uma sonata de Mozart, só 20 minutos, mas nesses minutos tudo o que é para ser dito, é dito!

Coitado! Ele não percebeu que a vida de alguém não se mede pelo número de anos vividos, da mesma forma como a beleza não pode ser medida pela duração da melodia. Beethoven disse tudo o que era para ser dito em 50 minutos. Mozart dizia o essencial em 20minutos. E Milton Nascimento faz a mesma coisa em quatro minutos. A Adélia Prado precisa apenas de 30 segundos. Blake dizia que a eternidade mora num grão de areia e pode ser contida na palma da mão. Com o que Borges concorda:

A vida é feita de momentos .

Valeu a pena?

A sua pergunta está respondida nos curtos momentos da Nona Sinfonia.

Curtos, mas destinados à eternidade.

“Cada momento de alegria, cada instante efêmero de beleza, cada minuto de amor, são razões suficientes para uma vida inteira. A beleza de um único momento eterno vale a pena de todos os sofrimentos”.







sábado, 11 de junho de 2011

Ahimsa - Fim à violência contra a Mulher - Roseli Colaneri - Maria de Fátima Jacinto



Há tantas formas de desamor... há tantas maneiras de machucar uma mulher... 

Não é somente a violência física que marca a vida de uma mulher que passa por essa humilhante, desumana, triste, e tão dolorida demonstração de domínio, prepotência, sarcasmo,arrogância, maldade, mas acima de tudo PSICOPATIA masculina. 

Para quem nunca pensou nas várias formas de violência praticadas contra a mulher, a violência psicológica é a que mais deixa sequelas emocionais, muitas vezes difíceis de curar...e ela não vem sozinha, porque quem agride psicologicamente já fez ou ainda agredirá fisicamente... 

Homens muito doentes, torturadores, psicopatas enrustidos atrás de uma voz suave, um grande poder de seduzir, é sempre um mentiroso em potencial, mascarado... passam anos construindo uma imagem para os outros de bom homem, caridoso, generoso, mas que em seu convívio familiar destrói tudo o que toca...

Até quando as mulheres serão agredidas, violentadas, mortas por esses homens tiranos, absolutamente fracassados, inseguros, violentos, doentes, insanos, sociopatas, psicopatas??

Todos os dias, milhares de mulheres são assassinadas,espancadas, estupradas, agredidas com palavrões, preconceitos, racismos, são roubadas em seus direitos materiais por ex-maridos, companheiros, que na verdade são terríveis psicopatas torturadores...quando a justiça vai realmente agir e nos devolver a dignidade merecida?

Até quando tudo isso continuara impune?

Até quando??

Poderia escrever folhas e folhas sobre o assunto, mas, hoje me limitarei somente a copiar um excelente texto escrito pela linda Maria de Fátima Jacinto.





O inimigo não mora ao lado...ele dorme do lado! 



Rose Colaneri



* * *




A (in)Justiça da Violência Psicológica por Maria de Fátima Jacinto.



É necessário e urgente uma busca sistematizada para investigar e caracterizar condutas socialmente desviantes e atentatórias da liberdade, dignidade e independência pessoais, da mulher.

Entretanto, uma reflexão sobre á realidade há muito percebida, e evidente de um todo que, por razões culturais e sociais, até agora era comumente aceita como fazendo parte da “normalidade” entre pessoas ligadas pelos laços afetivos ou, mais simplesmente, por laços de intimidade, em namoros, casamentos ou relações de fato. Bastará uma simples pesquisa na memória de nossas avós e até de nossas mães, ou relembrar os conteúdos de alguns filmes ou letras de algumas musicas tradicionais para se perceber quão antiga é esta prática, até há pouco, esmagadoramente, da responsabilidade dos homens.

Há uma geração, ou duas, atrás, a própria definição de um “bom marido”, nas classes mais populares, nem sequer contemplava a ausência desta tendência ou manifestação evidente como uma “qualidade” melhor classificada na hierarquia: primeiro estaria o ser trabalhador e “amigo de trazer para casa”, segundo o de não ser bêbado e de não bater na mulher...

Embora se continue a valorizar mais a agressão física na violência doméstica, pelas razões óbvias das suas conseqüências visíveis (e ultimamente a contribuírem assustadoramente para a dramática estatística dos homicídios qualificados), o “abuso emocional”, excluindo o risco de vida imediato, mesmo sendo causa relativamente freqüente de suicídios, tem, quase sempre, conseqüências trágicas na vida emocional e afetiva das vitimas.

O abuso emocional, tal como qualquer outra ação psicológica que vise a destruição da identidade individual, da dignidade, da auto-estima e da liberdade, cujo exemplo mais comum é a chamada “lavagem cerebral”, pretende alcançar o domínio e o controle sobre a pessoa abusada através do medo; da restrição indireta ou direta da sua liberdade e da imposição de um clima de coação emocional tendente a submergir a vontade individual, a modelar comportamentos e atitudes conformes aos desejos do abusador, a provocar o isolamento familiar, social e afetivo e a criar uma dependência absoluta em relação ao agressor, pela desvalorização do seu “eu” global, das suas idéias, atitudes, sentimentos e comportamentos. As ameaças de violência física, da exposição pública das hipotéticas falhas ou defeitos ou até do abandono tumultuoso da relação, com versões de homicídio ou suicídio, numa evidente chantagem emocional; o terror infundido através de constantes crises de violência verbal ou violência sobre objetos; o desprezo ostensivo perante queixas ou lamentações e a ignorância dos sentimentos; o aviltamento em relação aos saberes ou práticas culturais ou domésticas; o controlo permanente (policiamento) sobre as atividades e, por vezes, as humilhações sexuais acabam por conduzir a vitima a um estado de submissão, marcado permanentemente pela necessidade de não importunar ou provocar explosões de mau humor no agressor, anulando assim progressivamente, a própria existência autônoma.

Por vezes sucede de modo comum com outras situações de elevado stress, violência e dependência, que a vítima acaba por se “identificar” com o agressor, desculpando-o, “compreendendo-o” e defendendo-o de terceiros, racionalizando assim “patologicamente” a situação de “vitimização” que, às vezes, o agressor assume no casal, invertendo paradoxalmente as posições de vítima e carrasco. Nesta fase, sem uma intervenção exterior, o ciclo do abuso emocional tenderá a perpetuar-se sem esperança nem apelo.

As armas utilizadas na destruição da identidade da vítima são, como já foi referido, a violência, em múltiplas formas, claras ou dissimuladas; o sarcasmo, o ridículo, a mentira ou distorção grosseira da verdade; o isolamento familiar, social e afetivo; a discriminação, a depreciação, a humilhação e a indiferença pelos sentimentos e o desprezo pela pessoa; o abuso sexual, o controlo absoluto de todos os passos e a vitimização, com inversão dos papéis. Por vezes, o contexto em que se desenrolam todas estas agressões formata-se como uma relação de senhor(a)/criada(o) ou patrão(patroa)/empregada(o), explorando apenas as utilidades do casal mas sem lhe conceder laços afetivos.

Convém salientar que as conseqüências para o abusado não se extinguem nas seqüelas psicológicas do abuso: frequentemente as conseqüências estendem-se às perturbações psicossomáticas, às cefaléias, à depressão e às doenças infecciosas “oportunistas”, típicas de sistemas imunitários enfraquecidos, no caso, por sujeição a stress constante e, eventualmente, má nutrição e sono de má qualidade.
A questão premente que se coloca, entretanto, é a de saber porque é que o abuso emocional acontece.

Independentemente de causas psicológicas subjacentes, que têm, sempre, um peso importante, parece um dado adquirido que os fundamentos culturais, sociais, ideológicos e religiosos terão um papel preponderante nos comportamentos de abuso emocional. Seja por “respeitar” uma tradição, como a da subalternização moderada da mulher na herança judaico-cristã, ou radical, no islamismo; seja por uma visão conservadora e reacionária do homem sobre a mulher, também herdada da prática ancestral (estatisticamente é mais relevante o abuso por parte do homem); ou ainda porque o exercício do poder econômico, sem suportes éticos e morais facilmente extravasa para o exercício do poder pessoal arbitrário, estes fatores facilitam ou agem diretamente como desencadeantes do abuso.

Na atualidade, a manutenção e o agravamento destes comportamentos, em oposição a uma maior abertura sentida em relação à igualdade dos direitos do gênero e à defesa da individualidade radicam-se na impunidade social de que gozam (a abrangência das leis sobre a violência doméstica ainda não contempla o abuso emocional), e no espírito que governa a administração formal, ou informal, da justiça, tendenciosamente contrário às leis do condicionamento operante, que, como se sabe, influenciam de forma capital os nossos comportamentos, ao mantê-los e ao aumentar a sua freqüência se existirem reforços nas suas conseqüências (no caso, pelo prazer de dominar), ou a extingui-los ou debilitá-los se os resultados forem negativos (punição ou ausência de reforço).

Evidentemente que um comportamento que contempla um maquiavelismo comportamental terá que ter, nas variáveis psicológicas, também um determinante essencial.

O combate da agressão emocional á mulher, tenha este a composição que tiver e independentemente do sentido do gênero em que ocorra tem diversas frentes. Uma delas é, claramente, a intervenção legal.

A legislação tem que ser adequada a este tipo de agressões e a forma do seu reconhecimento divulgada amplamente em campanhas de informação. Para que a intervenção legal ocorra é, evidentemente, decisivo o conhecimento dos fatos, o que sugere uma grande necessidade de que este tipo de agressão seja bem tipificado e considerado “crime público”, o que aumenta as probabilidades da sua denúncia e tratamento jurídico..

Mas, é na prevenção que, nesta área, tal como em quase todas as outras situações de abuso deve incidir o maior esforço social, através de campanhas, oficiais ou oficiosas que, com maior ou menor complexidade filosófica ou prática transmitam, de forma impressiva que, na verdade, a origem deste e de muitos outros problemas de relacionamento social e afetivo reside no fato de não entendermos que, entre nós, somos todos iguais e de que, por essa razão, todos pertencemos uns aos outros.








quinta-feira, 23 de setembro de 2010

É Primavera !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! By Rose Colaneri







É Primavera !!!

Chega enfim a estação mais bonita...onde as flores estão em seu mais alto esplendor...o perfume está no ar...a despeito do que estamos sentindo nesse momento, a primavera está aí...e quem tem “olhos” para apreciar poderá ver e sentir o poder das flores. Elas são criadas no plano etérico e chegam a nós através de “anjos”. Essa beleza é mais uma prova de Amor de Deus por nós...

Há o jardim de fora e o jardim de dentro...se cultivarmos bons sentimentos, nosso jardim interior será sempre florido como a primavera, o de fora, indiferente à tudo, sempre florescerá, mas algumas pessoas não conseguirão vê-lo...como diz Cecília Meireles : “A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la”.


Grandiosa é a alma que abriga flores das mais variadas espécies, por cultivar o solo dos sentimentos com os melhores fertilizantes e as mais belas sementes: Amor, gratidão, compreensão, perdão e compaixão.

Viva a Primavera intensamente, a energia das flores está no ar...flor é beleza, delicadeza, suavidade, é amor...mas também é impermanência...como tudo em nossas vidas, portanto não deixe para apreciá-las amanhã, assim como não deixe para viver...amanhã!!

Rose Colaneri

Todo jardim começa com um sonho de amor. Antes que qualquer árvore seja plantada, ou qualquer lago seja construído é preciso que as árvores e os lagos tenham nascido dentro da alma.Quem não tem jardim por dentro, não planta jardim por fora. E nem passeia neles".

Rubem Alves

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Desertos...by Rose Colaneri, Um Peregrino, JY Leloup








Quem nunca vivenciou um deserto,
nunca esteve sozinho dentro de si mesmo.
Muitas vezes estar num deserto é o único caminho para se conhecer verdadeiramente, se olhar no espelho e reconhecer que além do reflexo físico,
há uma alma, que abriga tudo que sentimos, que busca a completa interação com os corpos físico, etérico, emocional, mental,
que muitas vezes estão em total dissonância e se perdem...
nunca se encontram... e a paz que tanto queremos, não acontece...

Amar é muito mais que desejar,
Refletir é muito mais que interiorizar...
Viver é muito mais que existir!!

* * *
Por um tempo andei pelo deserto Sem saber onde ia chegar...
Sem força...com pouca fé...
Até que o cansaço e as dores me fizeram parar,
E por um tempo desistir...
O meu deserto era negro apesar do Sol, e muito cruel...
Destruindo e transformando tudo em cinzas.
A solidão me mantinha agarrada nos braços da morte...
O deserto significa morte quando ficamos parados nele...
Mortos vivos...vivos mortos...
Ficamos presos no instante onde nada...nada acontece...
Mas esse mesmo deserto, essa mesma solidão, podem levar a outros caminhos E podem significar... Renascimento!
Quando não há mais fé e força para levantar e prosseguir,
Sutilmente, Um Poder Superior se faz presente...revelando caminhos...
E é preciso reconhecer nos simbolismos,
a luz que iluminará e fará com que das cinzas surja uma nova vida:
como a Fênix!
E o mesmo Sol que antes feria o corpo no deserto,
Torna-se a Luz que direciona,
que dá forças para prosseguir...
Em busca de si mesmo,
em busca do melhor de si mesmo,

No amor, no auto-perdão...
na compreensão... de que um dia tudo passará,
Porque tudo passa, tudo é impermanente,
Até as coisas ruins que nos acontecem...
By Rose Colaneri


*****************



Deserto, vazio, imensidão e silêncio,

tempestades de areia, calor abrasador,

oásis e repouso:

“Anuncia-lhes

Que a água deve ser bebida

por diversas sedes, a maior e a menor,

não avalies a bondade da água

pelo tamanho da tua bilha

a parte prometida

a parte permitida

a cada um,

é aquela que pode caber

na palma de suas mãos,

anuncia-lhes ainda

que a água só é viva

para aqueles que têm sede...”

Jean-Yves Leloup, em “Deserto, Desertos"



- Desertos –

Existe a bondade da água,

e existe a palma das mãos...

O deserto nos situa fora dos acontecimentos do tempo e do espaço

onde o tempo é abolido,

o espaço perde os limites

onde o espaço não tem limites,

o tempo é abolido

assim o deserto nos conduz

às fronteiras do tempo-espaço

a sede do dia

pouca coisa interessa ao caminhante

salvo o encontro com a fonte.


**

NO DESERTO

você não se deita duas vezes

sobre a mesma duna

o sangue a pulsar nas veias

os pés-de-vento nas areias

o tempo tudo transforma,

tudo modifica

o mundo que está vindo a ser

Já não é mais o que era antes

chega-se ao deserto no dia em

que se descobre que sempre se

esteve ali , e o que nos

escondia o deserto?

Um certo conforto

um certo esquecimento

mas lá estava ele

FIEL, E TENAZ


**

Partir para o deserto é partir para o mais longe de si mesmo e dali depois voltar para o mais perto

adereços e ornamentos , dispensáveis não têm vez no deserto, pois, para atravessá-lo, apenas do essencial não se deve prescindir e, nessa travessia, o que vem a ser essencial?


**
Essencial é recordar

a lição da flor de lótus,

que, em meio ao lamaçal do pântano, emerge límpida e resplandecente.


Essencial é cultivar

um coração puro e radiante,

tal qual a flor de lótus.


O essencial em geral tem a ver com a simplicidade, estando ao alcance de quem o queira buscar. Simplicidade como beber água direto na nascente, com a concha formada pela palma das mãos vazias.

Mãos limpas e abertas são necessárias

àqueles que almejam alcançar a Fonte.


Essencial é a sede espiritual.

A água límpida da Nascente

vivifica, dignifica, purifica...



**
Essencial é compartilhar

os bens e os dons com os quais fomos

agraciados pela Vida.

Compartilhar o nosso excedente

com aquele que se encontra privado do necessário.


“Não se enriquece sendo miserável;

ninguém empobrece sendo generoso.”

antigo ditado oriental


Essencial é respeitar e proteger a vida,

em todas as suas manifestações.

Essencial é buscar o conhecimento, o saber.

Essencial é o amor.


Amar tem mais a ver com “encontrar”

do que com “escolher”.


E ao se compartilhar sonhos e anseios,

dores e alegrias,

o mundo se torna mais leve.

Essencial é a família.

**

Não nos é dado escolher a família onde nascemos...,

...mas está nas nossas mãos o cultivo de

relações familiares harmoniosas, amando,

quando possível,

perdoando, sempre que necessário.


“Uma família feliz nada mais é

que o paraíso antecipado.”


Essencial é recordar que, apesar de

todas as aparentes diferenças,

- de raça, credo, idioma...

...pertencemos todos a uma única família,

- a família humana...,

...e que todos compartilhamos os

mesmos anseios por dignidade,

liberdade e uma vida plena.


Somos todos raios de uma mesma Luz,

ecos de uma mesma Voz...,

...navegantes do mesmo mar da Vida.



**


Essencial é proteger a infância.

Essencial é garantir as condições necessárias para que toda criança desenvolva seu pleno potencial,

físico, mental, emocional, social, espiritual...


Essencial é recordar que as crianças têm muito mais para ensinar do que aprender,

Essencial é saber ver, querer ouvir.

Essencial é o devido respeito aos idosos.

Essencial é fazer sábio uso

do vigor da juventude...


Essencial é amparar o enfermo,

socorrer o necessitado.

Essencial é não permitir que a rotina nos torne alheios aos mistérios e encantos que a vida entesoura.


Antes das tantas cidades erguidas,

o que havia, senão o deserto?

Essencial é não esquecer

as lições do deserto.

**


A lição de seguir adiante,

de não se deixar abater diante do vento abrasador,

do calor escaldante, das noites sem luar.


A lição da fugacidade

e da fragilidade da existência humana,

a nos recordar a todo instante

de quão delicada e breve é

a nossa passagem terrena.


A busca por sentido por algo que transcenda

as cores e as formas efêmeras, por algo maior

do que as miudezas do dia-a-dia

“O que é o homem?”,

“O que é o mundo?”,


Perguntavam-se os antigos povos do deserto.


-“Uma gota de orvalho na borda de um cântaro”


Diria mais tarde o profeta Isaías.

**

Uma gota de orvalho que se desvanece mais célere ainda sob o sol do deserto.

O deserto nos ensina a ver a claridade que há no olhar da criança, e a luminosidade, no olhar do ancião.

Uma luz que viu e atravessou a noite,

uma inocência que nada ignora das durezas e dos esplendores da existência.


O caminhante que resolve percorrer a imensidão e o silêncio do deserto, em direção ao Infinito, não embarca numa empreitada de aniquilamento.

Antes, haverá de reatar os laços com aquilo que o ser humano tem de Eterno, e que se achavam velados pelas ocupações e preocupações do tempo.

**

“O mundo é a extremamente pesada presença das coisas, onde se sente por vezes a demasiadamente viva ausência de Deus...”


“O deserto é a extremamente dura ausência das coisas, onde se sente às vezes a demasiadamente doce presença de Deus”


Jean-Yves Leloup
um_peregrino
Copie com Amor,
preserve o nome do autor

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Felicidade Pode Demorar






A Felicidade Pode Demorar
A vida e o Amor de François Bitencourt



Às vezes as pessoas que amamos nos magoam,
e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada
com nosso coração machucado.

Às vezes nos falta esperança.
Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando
muito lentamente dessa ferida tão dolorosa.

Às vezes perdemos nossa fé,
então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar...
é nossa razão de existir.

Às vezes estamos sem rumo,
mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino.
Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração
pela falta de uma única pessoa.

Às vezes a dor nos faz chorar,
nos faz sofrer,
nos faz querer parar de viver,
até que algo toque nosso coração,
algo simples como a beleza de um pôr do sol,
a magnitude de uma noite estrelada,
a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto.

É a força da natureza nos chamando para a vida.

Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras
e receberam sua confiança,
te traíram sem qualquer piedade.

Você entende que o que para você era amizade,
para outros era apenas conveniência,
oportunismo.

Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo,
e por isso nunca fizeram amor,
apenas transaram...

Descobre também que outras disseram eu te amo uma única vez.
E agora temem dizer novamente,
e com razão,
mas se o seu sentimento for sincero poderá
ajudá-las a reconstruir um coração quebrado.

Assim ao conhecer alguém,
preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu,
são fatores
importantes: a relação com a família,
as condições econômicas nas quais se desenvolveu.
(dificuldades extremas ou facilidades excessivas formam um caráter),
os relacionamentos anteriores
e as razões do rompimento, seus sonhos, ideais e objetivos.

Não deixe de acreditar no amor.
Mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém
que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá.

Manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam.
E certifique-se de que
quando estão juntos,
aquele abraço vale mais que qualquer palavra.

Esteja aberto a algumas alterações,
mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa
te deixar, então nada irá lhe restar.

Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento,
manter um grande amor,
pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco.

Pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar
e seu sofrimento será ainda
mais intenso, do que teria sido no passado.

Pode ser difícil fazer algumas escolhas,
mas muitas vezes isso é necessário.
Existe uma diferença muito grande entre
conhecer o caminho
e percorrê-lo.

A tristeza pode ser intensa,
mas jamais será eterna.
A felicidade pode demorar a chegar,
mas o importante é que ela venha para ficar e não
esteja apenas de passagem...

domingo, 4 de julho de 2010

A ponte para o sempre...







A Ponte para o sempre

Pensamos, às vezes, que não restou um só dragão.
Não há mais qualquer bravo cavaleiro,
nem uma única princesa a passear
por florestas encantadas.

Pensamos às vezes, que a nossa era está além das fronteiras,
além das aventuras.
Que o destino já passou do horizonte
e se foi para sempre.

É um prazer estar enganado.
Princesas e cavaleiros, encantamentos e dragões, mistério
e aventura...
não apenas existem aqui e agora, mas também continuam a ser
tudo o que já existiu nesse mundo!

Em nosso século, só mudaram de roupagem.
As aparências se tornaram tão insidiosas,
que princesas e cavaleiros podem se esconder um dos
outros,
podem se esconder até de si mesmo.

Contudo, os mestres da realidade ainda nos encontram em
sonhos para dizer que nunca perdemos o escudo de
que precisamos contra os dragões,
que uma descarga de fogo azul
nos envolve agora, a fim
de que possamos mudar
o mundo como desejarmos.

A intuição sussurra a verdade!
Não somos poeira, somos magia!
Feche os olhos e siga sua intuição.

Richard Bach

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Wind Of Change - Vento da Mudança






The wind of change blows straight

Into the face of time

Like a storm wind that will ring

The freedom bell for peace of mind




sábado, 12 de junho de 2010

Vista cansada





Namaste!

Algumas pessoas passam pela vida totalmente cegas, não conseguem ver a beleza que há numa poesia, num quadro, num livro, numa música, não viajam com a alma, não sonham com amor e carinho, não mostram nenhum interesse pelo sentimento humano, não enxergam nem dão valor aos que estão ao seu lado, seus olhos só alcançam a si mesmas, numa atitude egoísta e individualista, materialista até... de somente TER e nunca SER.

Essas pessoas precisam perder realmente para valorizar...que triste isso!

Quem passa pela vida procrastinando relacionamentos, sentimentos, emoções e afetividade, nunca viveu e se não acordar a tempo...nunca viverá. Quem fere sua criança interior, perde a inocência mágica da alegria desinteressada, a curiosidade primária que nos leva a conhecer o belo na essência que se manifesta através da mente e visão infantis...Quem perde sua essência infantil perde sua espontaneidade. Vira máquina do ego materialista e egoísta!

Há tanta beleza no mundo...pequenas coisas tão sutis e de uma beleza encantadora capazes de nos emocionar intensamente e muitos não conseguem ver...os cegos não enxergam pessoas ao lado, simbolismos diários, chacoalhões que os acordem, e nem tão pouco, a beleza magnifica da natureza...

Essas pessoas "cegas" nunca poderão dizer que estiveram vivas...

A vida está presente no sutil, nas boas emoções, na pureza do amor, na inocência da criança e no HOJE, porque amanhã pode ser muito tarde para viver !
Rose Colaneri

Como diz o sábio Rubem Alves:
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem.
O ato de ver não é coisa natural.
Precisa ser aprendido.
Se os olhos estão na caixa de ferramentas,
eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática.
Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas
- e ajustamos a nossa ação.
O ver se subordina ao fazer.
Isso é necessário.
Mas é muito pobre.
Os olhos não gozam...
Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos,
eles se transformam em órgãos de prazer:
brincam com o que vêem,
olham pelo prazer de olhar,
querem fazer amor com o mundo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas
são os olhos dos adultos.
Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças.
Para ter olhos brincalhões,
é preciso ter as crianças por nossas mestras.
Vista cansada

Otto Lara Resende


Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê.
Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo.
O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pai que nunca viu o próprio filho.
Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas.
Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos.
É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.


Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.

domingo, 6 de junho de 2010

Até que a distância os separe








Até que a distância os separe
por Nelson Sganzerla




Eu confesso: Sou romântico! A minha geração passou pelos anos 70 onde se gritava o bordão PAZ E AMOR, tempos do Rock in Rio, Led Zeppelin, Genesis, Dylan, mas também existia o bar, o banquinho e um violão onde todos entoavam o refrão: "Vi tanta areia andei, da lua cheia eu sei, cansei de ser sozinha", época da Cuba-Libre e dos bailes de garagem, Bethania surgia cantando Gonzaguinha e lendo maravilhosos textos de Fauzi Arap.

Sou do tempo que toda garota tinha em sua estante aqueles bolachões com músicas temas das principais novelas das oito e todo fim-de-semana nos reuníamos na casa de alguém para ouvirmos aquela doce melodia, que embalava nossas paixões, às vezes até secretas, pela nossa timidez. Lembro-me quando não se era correspondido no amor, se dizia: Estou em uma fossa danada.

Nessa época, a droga não existia em nossas rodas. Claro que o pessoal do PAZ e AMOR já peregrinavam pelo LSD e outras drogas, mas eram pessoas mais velhas. Nós éramos todos românticos e sonhadores, ninguém possuía carro, mas percorríamos quilômetros a pé pelas ruas do nosso bairro em busca de aventuras amorosas e, no domingo, fazíamos o balanço das nossas eventuais conquistas.
Não sou saudosista, mas confesso que naquela época os relacionamentos eram outros. Nossa maior balada eram os bailinhos de garagem, a matinê no Clube ou o cinema no final das tardes de domingo, que sempre terminavam em uma lanchonete comendo um hambúrguer e saboreando um Milk Shake.

O ponto é: o que acontece hoje em dia com os relacionamentos? Está tudo tão vazio em torno do amor, que os jovens estão andando em círculos em busca de um prazer que é efêmero. Beijava-se pouco, mas se amava muito... Hoje isso se inverteu, beija-se muito e ama-se pouco. Não existe um começo um meio e um fim. Na época, trocávamos cartas e bilhetes na saída da escola; hoje, troca-se música no MP3 e no Ipod e cada um na sua.

Hoje se mistura álcool, drogas e energizantes com direção... e se mata pela madrugada, achando natural essa loucura. Reúnem-se em lojas de conveniências, envolvendo-se em brigas homéricas e covardes, muitas vezes tirando suas próprias vidas, por banalidades difíceis para o entendimento dos pais que sofrem por não saber o que os filhos estão fazendo, nas ruas.

Já na fase adulta, que acontece com o relacionamento do homem, que não entende uma poesia, não sabe distinguir verso de prosa, nunca leu um romance e sente sono ao assistir um drama, alegando que as "letrinhas" são muito pequenas e seu único assunto são as peripécias com seu carro, sua moto, ou o time de futebol, naquelas horrendas rodinhas que se formam ao redor do churrasco aos domingos.

O que acontece com a mulher, que pela evolução tornou-se mais bonita e exuberante, é independente financeiramente, dona de si, mas sonha com um abraço apertado e um ombro amigo como porto seguro que lhe permita a paz e a quietude depois de um dia duro e estressante de trabalho, e por mais bonita, inteligente e exuberante que seja não encontra esse companheiro...

Onde anda o romantismo nos relacionamentos, respeito, admiração, orgulho da pessoa que está ao seu lado, onde anda o amor que todos buscam? Ao contrário, o que se vê são mulheres amedrontadas e escorraçadas pelos seus maridos, agredidas na frente dos filhos. Ao contrário, o que se vê, são homens fracos, mesquinhos, egoístas sem escrúpulo, que não aceitam o fim de um relacionamento tendo sua macheza ferida e vingada com a morte da companheira.

Relacionamento é uma via de duas mãos, uma troca onde existe o prazer, de procurar fazer o outro feliz, nas pequenas coisas do dia-a-dia, esse mundo que aí está nos tornou frios e céticos em relação ao amor ao romantismo e ao bem querer, ninguém consegue mais dizer: Eu te amo! Ninguém consegue mais olhar no olho, ninguém mais tem coragem para amar, ninguém mais senta e conversa, ninguém mais revê fotos do casamento, ou daquela viagem que foi dos sonhos.

Relacionamento é repetir as mesmas coisas, todos os dias, sem medo de ser chato, de cair no ridículo. Relacionamento é deixar de ser macho para ser homem, entender que mulher gosta de carinho e não de porrada. Relacionamento é a mulher também deixar de querer ser dona de si e criticar menos o seu companheiro para também lhe dar mais carinho e atenção.

Relacionamentos acabam, porque ambos deixam de ser o que eram antes do casamento. Em algum lugar, nesse caminho, as pessoas se perdem e daí a distância torna-se muito grande entre eles, mesmo que ainda permaneçam juntos vivendo sob o mesmo teto, ou se encurta essa distância, ou essa mesma distância mais cedo ou mais tarde, certamente irá separá-los.

Pense nisso.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Não existe encontro, sem despedida...By Rose Colaneri







Namaste!


Quando pensamos que já sofremos o bastante na vida...
Acontecem coisas que superam demais o que já foi vivido...

Para uma amiga querida que se despede de mais um filho amado...
O meu amor, o meu carinho, a minha amizade, minhas lágrimas repletas de dor...
Meu conforto, meu abraço, minhas preces...

A única certeza que temos é que nada dura para sempre, e que um dia o vento leva tudo embora...e então...


Perdemos as pessoas que amamos...


Essa é a prova mais real da impermanência de tudo nessa vida...estamos juntos por um espaço muito curto de tempo, e por isso devemos fazer o nosso melhor agora, no hoje, e ainda há pessoas que não se dão conta disso e procrastinam fazer o bem, oferecer colo e amizade, amor e compaixão...deixam pra depois a dedicação, o respeito, a doçura, o carinho, a caridade...esperando um dia que pode não chegar nunca...

Felizes são aqueles que no momento da despedida sentem no coração, a paz de quem dedicou o seu melhor, que fez tudo ao seu alcance para a felicidade e o bem estar do outro...

Tristes são aqueles corações vazios, frios, endurecidos pela busca incessante do material e que esqueceram que somos em essência alma...espírito...que vive na eternidade e que a matéria se desfaz aqui nesse mundo...

Amiga querida, estou com você, mesmo que tão distante fisicamente...minha alma esta ao teu lado...

Que o sofrimento do hoje nos faça galgar degraus em evolução espiritual e nos faça fazer o bem sem olhar a quem sempre e para o resto de nossas vidas...

Rose Colaneri


“Despedidas são necessárias para que possamos nos encontrar novamente”
Richard Bach



Não existe encontro, sem despedida...

Budha.

sábado, 22 de maio de 2010

Tempo







RELÓGIO DO CORAÇÃO

Há tempos em nossa vida que contam de forma diferente.
Há semanas que duraram anos, como há anos que não contaram um dia.

Há paixões que foram eternas, como há amigos que passaram céleres, apesar do calendário mostrar que eles ficaram por anos em nossas agendas.

Há amores não realizados que deixaram olhares de meses, e beijos não dados que até hoje esperam o desfecho.

Há trabalhos que nos tomaram décadas de nosso tempo na terra, mas que nossa memória insiste em contá-los como semanas.

Há casamentos que, ao olhar para trás, mal preenchem os feriados das folhinhas.

Há tristezas que nos paralisaram por meses, mas que hoje, passados os dias difíceis, mal guardamos lembranças de horas.

Há eventos que marcaram, e que duram para sempre,
o nascimento do filho, a morte do pai, a viagem inesquecível, um sonho realizado.
Estes têm a duração que nos ensina o significado da palavra “eternidade”.

Já viajei para a mesma cidade uma centena de vezes, e na maioria das vezes o tempo transcorrido foi o mesmo.

Mas conforme meu espírito, houve viagem que não teve fim até hoje, como há percurso que nem me lembro de ter feito, tão feliz eu estava na ocasião.

O relógio do coração – hoje eu descubro - bate noutra freqüência daquele que carrego no pulso.

Marca um tempo diferente, de emoções que perduram e que mostram o verdadeiro tempo da gente.

Por este relógio, velhice é coisa de quem não conseguiu esticar o tempo que temos no mundo.

É olhar as rugas e não perceber a maturidade.
É pensar antes naquilo que não foi feito, ao invés de se alegrar e sorrir com as lembranças da vida.

Pense nisso.
E consulte sempre o relógio do coração:
Ele te mostrará o verdadeiro tempo do mundo.

Alexandre Pelegi


O TEMPO - MÁRIO QUINTANA.


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...

E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana


Namaste!
Porque deixar sempre tudo para amanhã? Será que o amanhã existirá?? Não tenha tanta certeza disso...não temos o controle da vida e muito menos do tempo...tudo passa...e não volta...e deixamos de viver hoje por esperarmos sempre pelo amanhã... Rose

terça-feira, 30 de março de 2010

FAITH, HOPE AND LOVE - By Rose Colaneri












Faith - Fé


Hope - Esperança

Love - AMOR

Três sentimentos perdidos no mundo atual. Porque tantas mortes, atentados, placas tectônicas se revoltando, a natureza maltratando seus habitantes...nosso lindo planeta azul se acabando literalmente? Porque tantas mortes brutais a todo instante no mundo? O que adianta só nos chocarmos com os noticiários e nada fazermos?

Que hipocrisia é essa em que nós estamos vivendo? Fechando os olhos para o que realmente é importante nesse mundo? Onde está a origem de toda brutalidade ?

Nas famílias...em suas constituições...na falta de RESPEITO. Onde há respeito, há pelo menos uma forma de Amor...Pais que ignoram seus filhos, que desrespeitam seus (suas)companheiros(as)...que vivem somente para a vida material, que ignoram o verdadeiro sentido do viver...que é a alma, os sentimentos puros da ALMA...

É dentro do lar que a raiz da maldade começa...onde filhos crescem sem amor, dedicação, atenção, sem aprender os valores morais, os valores dos sentimentos...isso geram seres vazios, fracos ou até totalmente nulos de amor, onde crescem seres egoístas, materialistas, que conquistam o que querem a qualquer custo, sem DIGNIDADE, sem RESPEITO.

Família - base da estrutura da sociedade...falida nos tempos atuais!!!
Criam-se herdeiros e não filhos
Criam-se seres inanimados, maquinados pela mídia
Criam-se monstros
Monstros que matam, monstros que ferem, que destróem...
Falta AMOR
Falta COMPREENSAO
Dentro das famílias
Falta RESPEITO !

E onde faltam Amor, Compreensao e Respeito
Nunca haverá corações que habitam Faith, Hope and Love - Fé - Esperança e Amor !!

Chega de hipocrisia, cada um deve fazer a sua parte para que um dia o mundo seja mais humano. Se não há amor...não há laços que prendam ninguém...
Se não há respeito, não há união...
Se não há união, não tem pq continuar a caminhar juntos !

Escolhemos nossos caminhos, mas muitas vezes erramos e no êrro aprendemos com muito sofrimento que não vale a pena viver hipócritamente e não contribuir com Amor para o Mundo.

Cada um de nós deve fazer a sua parte
O AMOR e o RESPEITO devem ser sempre a base de uma família para que sejam gerados filhos da PAZ.

O MUNDO NECESSITA URGENTEMENTE DE PAZ

E a Paz só pode existir dentro de um coração cheio de respeito,  compreensão e amor !

Rose Colaneri

NAMASTE!

sábado, 13 de março de 2010

A marca










Namaste!


No decorrer de nossa passagem tão breve nesse planeta, muitas pessoas entrarão e sairão de nosso convívio...deixamos nelas nossas marcas e elas nos deixam as suas...
Se agimos pelo coração e com bondade amorosa, nossas marcas deixarão boas lembranças, saudades e bem querer. Resta a cada um saber como agir durante a estada das pessoas em nossas vidas... agir com o coração e pelo coração!  Todo momento é o momento certo de fazer o bem à alguém. O amor é um exercício diário !


Rose



A Marca
Quando eu era criança, bem novinha, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança. Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava na cômoda da sala. Eu era muito pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém.

Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal. O nome dela era "Uma informação, por favor" e não havia nada que ela não soubesse. "Uma informação, por favor" poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa.

Minha primeira experiência pessoal com esse gênio na garrafa veio num dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho. Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo.
A dor era terrível mas não havia motivo para chorar, uma vez que não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia.

Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido até que pensei:
O telefone!
Rapidamente fui até o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente à cômoda da sala. Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido.

Alguém atendeu e eu disse:

"Uma informação, por favor".

Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido.

"Informações.“

"Eu machuquei meu dedo...", disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência.

"A sua mãe não está em casa?", ela perguntou.

- "Não tem ninguém aqui...", eu soluçava.
"Está sangrando?"

- "Não", respondi. "Eu machuquei o dedo com o martelo, mas tá doendo..."

"Você consegue abrir o congelador?", ela perguntou.

Eu respondi que sim.

- "Então pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo", disse a voz.

Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo.
Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Filadélfia. Ela me ajudou com os exercícios de matemática. Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas.

Então, um dia, Petey, meu canário, morreu. Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido. Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que está crescendo. Mas eu estava inconsolável.
Eu perguntava: "Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola?"

Ela deve ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente: "Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também..."
De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor.

No outro dia, lá estava eu de novo. "Informações.", disse a voz já tão familiar. "Você sabe como se escreve 'exceção'?"

Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacifico.
Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga. "Uma informação, por favor" pertencia aquele velho aparelho telefônico preto e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho que ficava na nova cômoda na nova sala.

Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saiam da minha memória. Freqüentemente,em momentos de duvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo.
Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um menininho.

Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seattle. Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos. Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos.
Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o número da operadora daquela minha cidade natal e pedi:
- "Uma informação, por favor."

Como num milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo: "Informações." Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando: "Você sabe como se escreve 'exceção'?" Houve uma longa pausa.
Então, veio uma resposta suave: "Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul."
Eu ri. "Então, é você mesma!", eu disse. "Você não imagina como era importante para mim naquele tempo."
- "Eu imagino", ela disse. "E você não sabe o quanto significavam para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todos os dias que você ligasse."

Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visitá-la quando fosse encontrar a minha irmã.
- "É claro!", ela respondeu. "Venha até aqui e chame a Sally.“
Três meses depois eu fui a Seattle visitar minha irmã. Quando liguei, uma voz diferente respondeu: "Informações." Eu pedi para chamar a Sally.

"Você é amigo dela?", a voz perguntou.
- "Sou, um velho amigo. O meu nome é Paul."

"Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período porque estava doente. Infelizmente, ela morreu há cinco semanas.“
Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou:
- "Espere um pouco. Você disse que o seu nome é Paul?
- "Sim.“
- "A Sally deixou uma mensagem para você. Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse. Eu vou ler pra você."

A mensagem dizia:

"Diga à ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também. Ele vai entender."

Eu agradeci e desliguei.
Eu entendi...


NUNCA SUBESTIME A "MARCA" QUE VOCÊ DEIXA NAS PESSOAS
Autor Desconhecido