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domingo, 1 de abril de 2012

Tempo da Delicadeza R.A. - O outono da vida by Rose Colaneri


Imagem de Mihai Criste


Esta faltando…tempo…TEMPO PARA AMAR VERDADEIRAMENTE!

Alem do tempo da delicadeza, falta o tempo do respeito, da lealdade, da sinceridade, nao existe tempo para o AMOR...

o que se ve muito nos relacionamentos hoje é a busca do engrandecimento do ego.. da quantidade,..”peguei aquela(s)”, “transei com aquele(s)”,

nao ha mais sentimentos, nem vontade para conviver, conhecer melhor uma pessoa,

falta tolerancia, falta compreensao de que somos diferentes em muitas coisas mas,

igualmente queremos amar e ser amados,

respeitar e sermos respeitados…

queremos viver um pouco de alegria nesse mundo tao castigado de crueldades..

um dia nossa luz se apagara para sempre e o que nao foi vivido, nunca o sera…

Ha tantas pessoas maduras agindo como adolescentes sem responsabilidade ou experiencia,

nao se importando com as consequencias de seus atos na vida do outro…que pode sofrer demais,

muitas vezes pode perder o rumo de sua vida apos um relacionamento onde nao houve respeito com seus sentimentos…

a vida é fragil demais,

nunca saberemos o quanto o outro ficou ferido e magoado,

nem como reage frente a essa liquidez de contatos..


A fila anda !!


Não!!!


Nao ha sequer tempo mais para formar fila!!!


Familias sao destruidas pela falta de respeito nos relacionamentos… é muito triste isso…quanto desamor!!!

é preciso ter certeza antes de dizer “eu te amo”,

antes de prometer estar sempre ao lado de uma pessoa,

antes de fazer o outro acreditar que é amado

esta faltando mais responsabilidade para com o que se diz, com o que se sente,

responsabilidade com as mudancas ocasionadas quando se entra na vida de uma outra pessoa,

porque acontecem mudancas que podem afetar muito e negativamente o outro ser.

Respeito, responsabilidade…muitos passam anos desrespeitando achando que isso é normal…nada demais!!

O carater de uma pessoa se revela em suas ações e nao em suas palavras!


Hoje ficou tao banal o “EU TE AMO”,virou slogan de sedução, de atrativo pessoal no mundo virtual…

e enaltecimento de uma persona nao verdadeira..inexistente..

a todo momento se fala eu te amo, como se para isso bastasse somente ser adicionado em suas pagina sociais …

quanta banalizacao, decadencia de um sentimento nobre!


O tempo passa, as feridas sangram e as pessoas vao se afastando daquilo que buscaram por toda uma vida:

Ser feliz ao lado de quem ama!!

Cuidado com as marcas que vc anda deixando nas pessoas que passam por sua vida…

E preciso amar [DE VERDADE] as pessoas como se nao houvesse amanha”..

sim, o amanha é incerto, a impermanencia é muitas vezes cruel,

o que nao foi feito, o que nao foi dito,as desculpas que nao foram pedidas,

amores que nao foram declarados e vividos não terao mais seu tempo terreno..

as vidas se vao…muito rapido…

e o vazio aumenta…muito!

E doi………………………………..


“Uma pessoa nao é um doce que vc come, enjoa e empurra o prato” A.D.


Delicadeza so existe no AMOR e no RESPEITO !


Quem sabe as pessoas maduras emocionalmente e espiritualmente ainda se encontrem um dia no outono da vida.

para aproveitar ao maximo o tempo da delicadeza…

o tempo do amor maduro,

do amor respeito,

do amor lealdade,

do amor dedicacao,

do amor dialogo,

do amor companhia,

do amor que compartilha risos e prantos, alegrias e tristezas, fracassos e conquistas,

do amor que supera dificuldades e diferenças,

do AMOR que so quer…AMAR!!


Rose Colaneri


Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente…

*Chico Buarque*



Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”, diz o texto sagrado.
O amor também tem os seus tempos e ele muda como mudam as estações.
Nos países frios, a primavera é o tempo da pressa.
Os bulbos, que por meses haviam hibernado sob o gelo, repentinamente despertam do seu sono,
rompem da noite para o dia a camada de neve que os cobria e exibem, sem o menor pudor,
os seus órgãos sexuais coloridos e perfumados, suas flores.
”Que lindas…”, dizemos. Ignoramos que aquela é uma beleza apressada.
A primavera é curta. Outro inverno virá.
É preciso espalhar o sêmen com urgência, para garantir a continuidade da vida.
Por isso se exibem assim, em sua nudez colorida e perfumada, para atrair os parceiros do amor.
Se as plantas pensassem, teriam os mesmos pensamentos que têm os jovens quando neles desperta o sexo, em todo o seu furor de realizar-se
É só isto que importa: o coito. Passado o êxtase. Vai-se o interesse, fuma-se um cigarro, vira-se para o lado…


O verão é o tempo em que a fúria reprodutiva já se esgotou. Tempo maduro, tempo do trabalho dos filhos, das rotinas domésticas.
Os mesmos olhos que se excitavam ao contemplar o corpo nu da pessoa amada já não se excitam.
Já não sorriem nem têm palavras poéticas a dizer sobre ele. Há uma rotina sexual a ser cumprida.
Vai-se o encantamento, os olhos e as mãos se cansam da mesmice e começam a procurar outros corpos
e vem a saudade da juventude que já passou.
Cumprido o ato, vem o silêncio.
O outono é a estação de uma nova descoberta. Não há urgência. Nenhuma obrigação.
A natureza está tranqüila.
Na adolescência qualquer mulher servia, porque o sexo era comandado pelas pressões vulcânicas dos hormônios e pelos genitais.
Agora o que excita é o rosto da pessoa amada.
O sexo deixa de ser movido pela bioquímica que circula no sangue e passa a ser movido pela beleza.
O amor se torna uma experiência estética.
E o que os amantes outonais mais desejam não são os fogos de artifício do orgasmo,
mas aquela voz que diz: “Como é bom que você exista…”


O outono é o tempo da tranqüilidade. É bom estar juntos, de mãos dadas, sem fazer nada.
É bom acariciar o cabelo da amada…
Esta é a grande queixa das mulheres – que para os homens a intimidade é sempre preparatória de uma transa.
Talvez porque se sintam obrigados a provar que ainda são homens. O que as mulheres desejam não é o prazer, é felicidade.
O outono é o tempo do amor feliz.
O Chico escreveu sobre esse tempo e lhe deu o nome de “tempo da delicadeza”, na canção “Todo o sentimento”.

“Preciso não dormir até se consumar o tempo da gente…”
Sim, preciso não dormir, preciso não morrer, porque há muito amor ainda não realizado.

“Vem-lhe então a memória do amor que, por descuido, não se realizou, e via em busca da sua recuperação:
Pretendo descobrir no último momento um tempo que refaz o que desfez…”
Esse verso me comove de maneira especial. Pensando no meu desajeito, na minha desatenção, vou lembrando das coisas que derrubei,
das palavras que nao ouvi, das flores que pisei. E dá uma vontade de fazer o tempo voltar para poder refazer o que foi desfeito,
para recolher todo o sentimento e colocá-lo no corpo outra vez…


Aí ele vai mansamente dizendo as palavras que o amor deve saber dizer, palavras que só existem no “tempo da delicadeza”.
“Prometo te querer até o amor cair doente, doente…”
Por isso, por causa desse tempo misterioso, é preciso amar cuidadosamente com o olhar,
com os ouvidos, com a mão que tateia para não ferir… enquanto há tempo.

****
Lembrei-me do amor de Florentino Ariza por Fermina Daza, de o Amor nos tempos do cólera.
Tiveram de esperar 53 anos e passaram o resto da vida navegando no rio da delicadeza.

*Rubem Alves*

Um comentário:

  1. como sempre..voce arrasa..e nos brindando com tão belas palavras,faz com que tenhamos Força E Fe na vida..Beijos..(so vi hoje seu blog..que lindo!Parabens!)

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