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Prática de Ksitigarbha - Situações de Perigo

Namo Budhaya Namo Dharmaya Namo Sanghaya Bodhisattva Ksitigarbha Bodhisattva Ksitigarbha, cuja compaixão, sabedoria e força es...

domingo, 14 de junho de 2009

Observe a cachoeira

Namaste!
Observe a cachoeira...
Perderia sua canção se fossem tiradas as pedras do seu caminho...
São os obstáculos que fazem suas águas prosseguirem.
Nenhuma rocha, por mais resistente que seja, é capaz de deter a água.
Ela tem sabedoria para contorná-la e seguir em frente, com a força da suavidade...
Nada é mais suave e nada é mais forte do que a água, caminha firme e lentamente, sabedora de que tem o mesmo destino do homem: seguir em frente.
Assim também é a nossa vida. Os obstáculos existem para nos fazer caminhar cada vez mais firmes, mais determinados, totalmente entregues, confiantes na existência.
Fé é rendição.
Portanto, quando o sofrimento bater à sua porta, não lamente nem se inquiete, seja apenas testemunha da dor.
Sinta-se um privilegiado porque é das batalhas que surge a alma.
Diante de qualquer problema que lhe pareça sem solução, tome uma atitude inteligente, a seu favor:
Respire...
Quando menos uma pessoa merecer o seu amor, é quando ela mais necessita dele.
Perdoe, perdoe quantas vezes forem necessárias, liberte seu coração do ressentimento, abra-se para novas emoções Seja flexível como as flores, como as borboletas... experimente todos os perfumes.
Estenda a mão, ofereça a sua compreensão, o seu amor.
Viemos a este planeta para aprender a amar. Apenas isso.
Então ame!
Pouco ou muito, não importa.
Importante é amar sempre.
Só o amor realiza a mágica de se multiplicar quando é dividido.
Autor Desconhecido




quarta-feira, 10 de junho de 2009

Lenda da Flor de Lótus


Namaste!

Certo dia, num tranqüilo lago solitário, em cuja margem se erguiam frondosas árvores, com perfumadas flores de mil cores, e coalhadas de ninhos, onde aves canoras chilreavam, encontraram-se quatro elementos irmãos: o Fogo, o Ar, a Água e a Terra. Quanto tempo sem nos vermos em nossa nudez primitiva - disse o Fogo cheio de entusiasmo, como é de sua natureza.

É verdade disse o Ar. É um destino bem curioso o nosso. À custa de tanto nos prestarmos para construir formas e mais formas, tornamo-nos escravos de nossa obra e perdemos nossa liberdade.





Não te queixes disse a Água , pois estamos obedecendo à Lei, e é um Divino Prazer servir à Criação. Por outro lado, não perdemos nossa liberdade. Tu corres de um lado para outro, à tua vontade; o irmão Fogo entra e sai por toda parte, servindo à vida e à morte. Eu faço o mesmo. Em todo o caso, sou eu quem deveria me queixar, disse a Terra, pois estou sempre imóvel e, mesmo sem minha vontade, dou voltas e mais voltas, sem descansar no mesmo espaço.

Não entristeçais minha felicidade ao ver-nos tornou a dizer o Fogo, com discussões supérfluas. É melhor festejarmos estes momentos em que nos encontrarmos fora da forma. Regozijemo-nos à sombra destas árvores e à margem deste lago, formado pela nossa união. Todos o aplaudiram e se entregaram ao mais feliz companheirismo.

Cada um contou o que havia feito durante sua longa ausência, as maravilhas que tinham construído e destruído. Cada um se orgulhou de se haver prestado para que a Vida se manifestasse através de formas sempre mais belas e mais perfeitas. E mais se regozijaram, pensando na multidão de vezes que se uniram fragmentariamente para o seu trabalho. Em meio de tão grande alegria, existia uma nuvem: o homem. Ah! Como ele era ingrato.

Haviam-no construído com seus mais perfeitos e puros materiais, e o homem abusava deles, perdendo-os. Tiveram desejo de retirar sua cooperação e privá-lo de realizar suas experiências no plano físico. Porém a nuvem dissipou-se e a alegria voltou a reinar entre os quatro irmãos. Aproximando-se o momento de se separarem, pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse, através das idades, a felicidade de seu encontro.


Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles, harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Houve muitos projetos que foram abandonados por serem incompletos e insuficientes.

Por fim, refletindo-se no lago, os quatro disseram: E se construíssemos uma planta, cujas raízes estivessem no fundo do lago, a haste na água e as folhas e flores fora dela? A idéia pareceu digna de experiência.

Eu porei as melhores forças de minhas entranhas,disse a Terra, e alimentarei suas raízes.
Eu porei as melhores linfas de meus seios, disse a Água, e farei crescer sua haste.

Eu porei minhas melhores brisas disse o Ar e tonificarei a planta.

Eu porei todo o meu calor, disse o Fogo, para dar às suas corolas as mais formosas cores.

Dito e feito. Os quatro irmãos começaram a sua obra. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a, e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana.

Autor Desconhecido


Vento que sopra pelas flores




Namaste!

O Vento Que Sopra Pelas Flores
Uma História Tibetana De Cura pela Compaixão
Lee Paton


Há vários anos atrás, em Seattle, Washington, vivia um refugiado tibetano de 52 anos de idade. “Tenzin”, é como vou chamá-lo, foi diagnosticado como portador de uma forma de linfoma. Ele foi internado em um hospital e recebeu a primeira dose de quimioterapia. Mas durante o tratamento, este homem normalmente gentil tornou-se agressivo e irritado; arrancou a agulha intravenosa de seu braço e negou-se a cooperar.

Ele então gritou com as enfermeiras e discutiu com todos ao seu redor. Os médicos e enfermeiros ficaram desconcertados.Depois, a esposa de Tenzin falou com o pessoal do hospital. Ela contou que Tenzin foi um prisioneiro político dos chineses por 17 anos. Eles mataram sua primeira esposa e ele foi repetidamente torturado e brutalizado durante todo o tempo em que esteve preso.

As normas e regulamentos do hospital, juntamente com a quimioterapia, fez Tenzin recordar todo o sofrimento que passou nas mãos dos chineses.“Eu sei que vocês querem ajudá-lo,” ela disse, “mas ele se sente torturado pelo tratamento. Eles fazem com que ele sinta ódio internamente – da mesma maneira que os chineses fizeram ele se sentir. Ele prefere morrer do que viver com o ódio que ele está sentindo agora. E, segundo nossas crenças, é muito ruim ter tamanho ódio no coração na hora da morte.
Ele precisa estar apto para rezar e limpar seu coração.”

Assim, o médico dispensou Tenzin e recomendou uma equipe da clínica de repouso para visitá-lo em casa. Eu era a enfermeira encarregada de cuidar dele. Eu entrei em contato com um representante da “Anistia Internacional” para pedir-lhe conselhos. Ele me disse que a única forma de sanar o trauma da tortura era “falar a respeito”. “Essa pessoa perdeu sua confiança na humanidade e sente que a esperança é impossível.” Mas quando eu encorajei Tenzin a falar sobre suas experiências, ele ergueu suas mãos e me fez parar. Ele disse, “Eu preciso aprender a amar de novo se eu quiser curar minha alma. Sua tarefa não é fazer perguntas. Sua tarefa é me ensinar a amar novamente.”

Respirei profundamente e perguntei, “E como eu posso fazê-lo amar de novo?” Tenzin respondeu prontamente, “Sente-se, tome meu chá e coma meus biscoitos.” O chá tibetano é um chá preto forte, coberto com manteiga de iaque e sal. Não é fácil de bebê-lo! Mas, foi oque eu fiz. Por várias semanas, Tenzin, sua mulher e eu nos sentamos juntos e tomamos chá.

Nós também conversamos com os médicos para achar formas de tratar suas dores físicas. Mas era sua dor espiritual que deveria ser diminuída. Cada vez que eu chegava, via Tenzin sentado de pernas cruzadas em sua cama, recitando preces de seus livros. Com o passar do tempo, sua mulher foi pendurando mais e mais ‘thankas’, badeirolas budistas coloridas, nas paredes. Em pouco tempo, o quarto parecia um colorido templo religioso.

Na chegada da primavera, eu perguntei o que os tibetanos faziam quando estavam doentes na primavera. Ele abriu um grande sorriso e disse, “Nós nos sentamos e aspiramos o vento que sopra pelas flores.” Eu pensei que ele estava falando poeticamente, mas suas palavras eram literais. Ele explicou que os tibetanos fazem isso para serem pulverizados com o pólen das novas floradas, carregadas pela brisa. Eles acreditam que esse pólen é um potente medicamento.


No primeiro momento, achar muitas floradas parecia um pouco difícil. Mas, um amigo sugeriu que Tenzin visitasse algumas floriculturas locais. Eu liguei para o gerente de uma floricultura e expliquei-lhe a situação. Sua reação inicial foi “Você quer o que???” Mas quando eu expliquei melhor o meu pedido, ele concordou.

Então, no final-de-semana seguinte, eu busquei Tenzin, sua esposa e suas provisões para a tarde: chá preto, manteiga, sal, xícaras, biscoitos, almofadas e livros de preces. Eu os deixei na floricultura e combinei de pegá-los às 17 horas. No outro final de semana, visitamos uma outra floricultura. E mais outra no terceiro fim-de-semana.

Na quarta semana, eu comecei a receber convites das floriculturas para Tenzin e sua mulher para voltarem novamente. Um dos gerentes disse, “Nós temos uma nova remessa de nicotianas e lindas fuchsias…ah, sim! E temos belas dafnes. Eu sei que eles vão adorar o perfume das dafnes E eu quase me esqueci! Temos uns novos bancos de jardim que Tenzin e sua esposa vão adorar!”

No mesmo dia, outra floricultura ligou dizendo que eles tinham recebido birutas coloridas para Tenzin saber de que direção o vento estava soprando. Logo, as floriculturas estavam competindo pelas visitas de Tenzin. As pessoas começaram a se importar com o casal tibetano.

Os empregados arrumavam os móveis de frente para o vento. Outros traziam água quente para o chá. Alguns fregueses regulares deixavam seus carrinhos de compras próximos do casal. E no final do verão, Tenzin voltou ao seu médico para novos exames e determinar o desenvolvimento da doença. Mas o doutor não achou nenhuma evidência de câncer. Ele estava abobalhado; disse à Tenzin que ele simplesmente não sabia explicar aquilo.

Tenzin levantou seu dedo e disse, “Eu sei porque o câncer se foi. Ele não podia mais viver num corpo tão cheio de amor. Quando eu comecei a sentir a compaixão das pessoas da clínica, dos empregados das floriculturas, e todas essas pessoas que queriam saber de mim, eu comecei a mudar por dentro. Agora, eu me sinto afortunado por ter a oportunidade de ser curado dessa forma. Doutor, por favor, não acredite que a sua medicina é a única cura.



Às vezes, a compaixão pode também curar um câncer.”


Lee Paton



Temos sempre algo a oferecer àqueles que muito necessitam...

Nunca saberemos nosso momento de partida ou das outras pessoas,


o importante é fazer agora...
e sentir no coração não o dever cumprido mas sim que as acoes foram totalmente realizadas pelo amor ...











Copie com amor, preserve o nome do autor.
Leis dos direitos autorais 9610/98 violá-la é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal Brasileiro

segunda-feira, 1 de junho de 2009






Namaste!

FERIDAS ABERTAS


Josué de Castro nasceu no Recife,no ano de 1908.Formado em Medicina,dedicou todas as suas energias em prol da construção de um mundo livre da mais cruel e aviltante calamidade social: A Fome. Condenou com veemência a conspiração de silêncio que, na mídia, nas academias, e nos parlamentos, teimava em não abordar a questão da fome no país.

A inserção da temática da fome no panorama político, científico e moral no Brasil deve-se aos seus incansáveis esforços. A seu respeito, afirmou Darcy Ribeiro:“Josué é uma das pessoas que eu mais admiro. Eu digo mesmo que Josué é o homem mais inteligente e mais brilhante que eu conheci..."
Travou a sua batalha pela erradicação da fome desde o começo dos anos 30 até a década de 70,vindo a falecer em 1973.

Entregou sua existência efêmera de sessenta e cinco anos de vida a uma das causas mais nobres, - a promoção da dignidade humana. Pela enorme consideração e cuidado que sempre manifestou pelos pobres,o médico pernambucano é lembrado hoje como o profeta dos excluídos.

Em setembro de 2008 comemorou-se o centenário de nascimento de Josué de Castro.
Josué Apolônio de Castro - 05.09.1908 – 24.09.1973. Influente médico, professor, sociólogo, escritor, intelectual, humanista, ativista brasileiro, nordestino, humano

Para marcar o centenário de seu nascimento, o “Jornal do Comercio”, do Recife, veiculou um caderno especial chamado “Feridas Abertas da Fome.”
A reportagem seguiu os caminhos da fome baseando-se em estudos e mapas elaborados, há cinqüenta anos, pelo médico e geógrafo Josué de Castro.Uma equipe formada pelo fotógrafo Arnaldo Carvalho, pela repórter Ciara Carvalho, e pelo motorista Reginaldo Araújo, rodou quase dez mil quilômetros, em 15 dias, pelos nove estados do Nordeste do Brasil.

O que eles testemunharam,- o seu contato com as pessoas “invisíveis” aos olhos da nossa sociedade - demonstra que ainda temos um longo caminho a percorrer até a realização dos ideais de Josué de Castro.

O fotógrafo Arnaldo Carvalho relata: “Não foi fácil fazer esse material. Foi muito cansativo tanto psicologicamente quanto fisicamente...” “Cada localidade visitada era um soco no estômago, atrás do outro...”

Veja a seguir um resumo da reportagem que a equipe realizou.

Sertão nordestino - Setembro de 2008



Serra do Cafundó, CE Ouricuri, PE
Ipubi, PE

Marta, jovem mãe,moradora da Vila dos Costas,distrito de Natura, Paraíba,recebe a equipe do jornal na desolação de seu lar. A fome de seus filhos, somada à sua própria fome. Fome de comida, de esperança, de dignidade...

No seu povoado, Vila dos Costas, as famílias vivem como refugiados. As terras onde moravam foram inundadas pela barragem de Acauã. O governo levantou as casas no endereço novo, mas se esqueceu de levar dignidade para a nova morada.
Quando a reportagem pede para conhecer a cozinha de sua humilde casa, descobre que no armário de duas portas tudo o que tem é resto. Restos de fubá, de sal e
um pacote aberto de açúcar. O arroz e o feijão acabaram há uma semana

A mulher forte, com um jeito discreto, quase cabreiro, que cria sozinha os filhos e ainda cuida de dois sobrinhos, já ao final da visita da equipe de reportagem, desaba num choro incontido que a todos impressiona. O choro de Marta, nos relata o fotógrafo, não é um choro de humilhação, de resignação, de tristeza por não ter o que comer. De quem aceita o destino porque assim Deus quis.

O seu choro não é senão um choro-explosão, um choro-revolta, um choro de indignação e de vergonha porque assim o homem quis.
Marta Maria da Silva, 28 anos, é analfabeta e parece ter a exata consciência de que o flagelo da fome, imposto a ela e aos seus três filhos, não é obra divina. E sim humana.
Coisa do homem contra o homem. E isso ela se recusa a aceitar; daí o seu choro incontido.

Não há maneira de enxugar lágrimas como estas. Lágrimas que brotam de um coração vitimado pela injustiça.

Marta abraça o filho de dois anos. Pequeninas mãos enxugam as suas lágrimas.
Quem consola, e quem é consolado?
Qual o limite de dor e desalento que um coração humano consegue suportar?...
“Ninguém merece passar por isso. Ninguém”, repete Marta......antes de esconder-se no quarto, para chorar mais alto e sozinha.

A equipe de reportagem precisa partir. Deixa para trás Marta, seus três filhos, e o mar de lágrimas provocadas pela insensatez humana.

* * *

Rafael, 2 anos, morador de Ipubi, PE, perdeu a visão do olho direito devido a forte desnutrição. Quando chegou ao hospital, Rafael era só pele,
osso e feridas. E a nata que lhe cobria os olhos, - a remela da fome. Os cuidados médicos infelizmente puderam salvar um dos olhos apenas. Ana Vitória, 1 ano e 2 meses, que mora num município vizinho, teve menos sorte ainda, perdendo a visão dos dois olhos devido a forte desnutrição.

Existe uma cegueira moral e social, anterior à cegueira que se apodera dos pequeninos olhos de Rafael, de Ana Vitória, e de outras tantas crianças

Algumas crianças, na loteria biológica, não são contempladas com uma família abastada materialmente. Ninguém escolhe a família em que nasce.
É por isso que o exercício da caridade se faz tão importante.

Rafael, como muitas outras crianças da região, vive à base de garapa, - água com farinha -, e raramente bebe leite.
Habitantes de um outro planeta, - o planeta da exclusão, da miséria e da fome.
A mãe de Rafael lhe oferece o almoço, um ralo mingau de arroz.

Diante das prateleiras todas vazias, a repórter pergunta o que a família irá jantar naquela noite. A jovem mãe, desconversando, responde: “Comeremos qualquer coisa, antes de deitar.”

A repórter, não satisfeita com a resposta evasiva, repete a pergunta.

Desta vez, como resposta, apenas o silêncio.

Um dolorido silêncio, sinônimo de desalento, desamparo, fome...
Pequeninos olhos que estarão em jejum, quando amanhã pela manhã se abrirem.
Esta infinita canseira. Este castigo impiedoso. Essa noite sem remédio. Essa eterna espera sem fim...

O tempo passa igual para todos, mas não os seus efeitos. O peso de um dia é mais severo para uns do que para outros.
Algumas pessoas passam por tanto infortúnio nas suas vidas que não estariam mentindo acaso dissessem:

Tenho morrido muitas vezes.Tenho morrido mil mortes...

Quanto tempo ainda levará até que aprendamos a ler nos olhares aquilo que não se traduz por palavras?...

Em quinze dias, a equipe de reportagem percorreu quase dez mil quilômetros, pelos nove estados do Nordeste do Brasil.
Visitou lares famintos de um Nordeste árido e seco de esperança.
Algumas das localidades marcadas pela fome e pela desolação encontram-se listadas dentre os municípios tidos como modelo pelo programa “Fome Zero”. O que revela quão distante estamos de uma sociedade onde a dignidade da vida seja uma realidade para todos.

Apesar das incipientes vitórias alcançadas no combate à miséria nos anos recentes, infelizmente, ainda é vasto o caminho a ser percorrido acaso queiramos que “justiça social” deixe de ser um vago conceito e se transforme em viva realidade.
A legião de excluídos no Brasil soma quase 14 milhões de pessoas. Quatorze milhões de bocas incertas da comida de amanhã.

Compartilhe esta mensagem com outras pessoas. Em especial com a classe política, com governantes e dirigentes.

De modo que, quando entre uma CPI e outra no conforto de seus gabinetes estiverem, ao menos saibam da existência das vidas aqui relatadas:

A Maria que espera, a Marta que chora. A pequena Ana Vitória, que, quando em breve começar a dar os seus primeiros passos, haverá de tatear seu caminho pelo mundo, uma vez que a fome lhe secou os olhos ainda criança pequenina.

As desigualdades sociais se tornaram tão cruelmente excludentes que aqueles que vivem à margem da sociedade, por falta da mínima instrução, e devido à luta diária que travam pela sobrevivência, não sabem nem por onde começar para que tenham os seus mínimos direitos observados.

Se nós, que fomos contemplados com o conforto material e com tantas oportunidades nesta vida, nos calarmos, eles certamente serão relegados ao pleno esquecimento.

“Abre a tua boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham em desolação.”
“Abre a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados.” Livro dos Provérbios

Apenas por meio da consciência social poderemos amenizar o sofrimento causado pela miséria, que em pleno século XXI ainda cega, castiga e mata...

“Só a participação cidadã é capaz de mudar o país.” Betinho (1935 – 1997)

Crianças que nada podem fazer senão esperar. Uma longa e penosa espera. Por trás das frias estatísticas oficiais que camuflam a verdade. Existem tragédias particulares que se perdem na frieza dos números.
As emboscadas das estatísticas oficiais revelam com pompa as melhoras econômicas e sociais, mas escondem e não fotografam os rostos daqueles que, a despeito de tudo, ainda sobrevivem do lado mais rasteiro dos gráficos.

14 milhões de brasileiros.


Por quanto tempo ainda ignoraremos os nossos irmãos castigados pela miséria e pela fome?


Aquele cujo coração se dispõe a ajudar encontrará os meios necessários.


Existem projetos sérios, como “O Unicef e o Semi-árido Brasileiro”, que atua nos nove estados do Nordeste.
Entre outras metas, o programa busca elevar a qualidade do ensino numa região onde 350 mil crianças entre 10 e 14 anos estão fora da escola.
Sem contar que, diante das precárias estruturas, muitas vezes as crianças que vão às aulas nada aprendem.
Para conhecer mais sobre o programa do Unicef, acesse: www.unicef.org.br (clique em “Onde atuamos” e “Semi-árido”)

O programa apenas alcançará os seus objetivos com a participação da sociedade.
Para os que queiram ajudar, há também a aridez das condições de vida de tantas e tantas crianças nas periferias de toda cidade grande...


Serra do Cafundó, CE

Se cada um de nós cuidar dos interesses da nossa família biológica apenas, as crianças necessitadas jamais conseguirão se levantar do chão. Pois elas dependem da mão amiga de um estranho que as enxergue, que se compadeça, e socorra.
Devemos ter em mente que ao praticarmos a Caridade e a Compaixão, estamos regando e fortalecendo também a nossa própria alma...

É no encontro com o oprimido, o sedento, o faminto, o nu, que nos aproximamos, por meio do gesto amoroso, do nosso Criador.



“Tive fome, e destes-Me de comer; Tive sede, e destes-Me de beber; Era estrangeiro, e hospedastes-Me; Estava nu, e vestistes-Me; Adoeci, e visitastes-Me...”

“Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes Meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a Mim o fizestes.” Bíblia Sagrada - Novo Testamento.

Quem ama não mata, não humilha. Quem ama socorre, ampara...


Frágeis corpos modelados pela fome. Crianças que falam a nossa língua, mas que habitam um mundo tão distante. O mundo da exclusão, da espera, da resignação, da fome...

Sempre que o amor e a justiça se fazem ausentes resta a desolação, a seriedade precoce impressa nos olhares.

A indisfarçada vergonha dos que, sentindo fome, não têm o que comer. Um punhado de farinha de mandioca ralada. Mais uma noite, seguida por outro dia igual.

Dores caladas. Olhares que pedem esperança, dignidade...

Que a espera por aquilo que sacia a fome, e que concede a dignidade, possa ser breve...

Um outro mundo é possível.

“Mudar é difícil, Mas não é impossível.” - Paulo Freire

“Não te deixes desiludir pelo mundo que te cerca. Saiba que és chamado a transformá-lo.” - Frei Betto

Um outro mundo é possível
Quem plantar haverá de colher...



Que o AMOR se faça presente nas ações...sentir somente não ajudará ninguém, é preciso fazer alguma coisa...agir...dar de comer a quem tem fome, beber a quem tem sede, remédios para quem está doente, cobertor para quem tem frio...carinho para quem está sofrendo...a caridade não tem limites...vamos fazer a nossa parte!! Saber quem realmente precisa de ajuda, quem realmente merece nosso amor!

Que todos os seres sejam livres dos sofrimentos e de suas causas!

Rose Colaneri