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domingo, 12 de abril de 2015

O Outono - Rubem Alves - O agora - Rose Colaneri

Art by Hopare



O agora...

Quem pensa que tem todo o tempo do mundo vive maya intensamente. Nada esta em nossas mãos, nem o tempo nem a vida...
Nada espera por nós, não ha garantias de nada, nem da  primavera, nem do outono, nem do momento certo para fazer aquilo que deve ser feito. 

Nada nos espera!

Carpe Diem!

Hoje!

Agora!

Se preciso for reajuste suas velas. Em qualquer estacão da vida há muitos recomeços. Tente, tente mais uma vez. Nem todos os mares são bravos, nem todos os ventos são fortes demais...Se está no outono da vida viva a calmaria do crepúsculo  que só os sensíveis sabem aproveitar!  Só os sensíveis...

Seja forte, serena(o). Mantenha a esperança. Nunca  pise em ninguém, não magoe pessoas, não machuque corações,   não engane   e
não permita que te enganem, que te roubem o brilho do olhar...

Não permita que suas marcas na vida alheia sejam de dor, desamor...
Conserte seus erros hoje pois  pode não haver mais tempo.
As pessoas com quem errou podem não estar mais vivas!

O tempo não conserta tudo, pelo contrário...ele piora tudo!

Viva como se não houvesse amanhã, pois pode não haver mesmo.
Reconheça a fragilidade da vida e do momento...bolhas de sabão...

Não perca seu tempo com coisas e pessoas que não  fazem  vc sorrir.

A lei da vida  é: colhemos o que  plantamos!
Valorize seus sentimentos, voe alto, mas saiba aterrizar com firmeza.

Não permaneça em relações sem amor,  é a maior hipocrisia que existe.
Cultive relações verdadeiras, não se engane com mundo virtual onde todos são felizes e poderosos.
Olhos nos olhos é muito importante - Saiba ver a honestidade e a verdade neles.

Se não querem estar ao seu lado espontaneamente, se te ignoram ou te abandonam...não te amam, isso é sempre certo!
Quem ama sempre, sempre estará ao teu lado, mesmo que esteja com problemas também.

Não alimente relacionamentos com pessoas egoístas, elas sempre nos machucam...
Os egoístas acabam suas vidas  sozinhos, nunca seja um!

Não alimente qualquer tipo de preconceito, isso corrompe sua alma.
Jamais abandone a racionalidade, muito menos as emoções do coração.
Cuide de seus sentimentos... cuide para não ferir o coração de ninguém.

O mundo dá voltas...
E pode não haver tempo para consertar algumas falhas.
O peso disso atrasa sua vida!
Pode não haver tempo para viver momentos únicos com pessoas únicas...

Ame  e faça o que tem que ser feito como se não houvesse amanhã...

Porque não há...não há!

Carpe Diem!

Rose Colaneri


Do meu, para sempre amado, Rubem Alves...


O Outono


Foi-se, finalmente, o verão, não sem antes, fazer algumas grosserias e malcriações: trovejou, relampejou, choveu, inundou. Não queria ir embora. Compreendo. Queria ficar para ver e namorar o outono, que é muito mais bonito que ele. Verão, quarentão: recusava-se a aceitar os sinais da passagem do tempo. Não queria dizer adeus. Gostaria de ficar. A vida é tão boa! Mas o tempo é implacável. O Sol disse que a hora do seu adeus havia chegado. Foi se inclinando no céu, suas viagens cada vez mais curtas, as noites mais longas, o crepúsculo chegando mais cedo, as manhãs chegando mais tarde. O vento antes convidava a que se tirasse a camisa. Agora ele causa arrepios e chama os agasalhos das gavetas onde dormiam. O céu fica mais azul. Deve ter sido numa tarde de outono que os Beatles compuseram aquela balada que canta:

"...because the Sky is blue it makes me cry...” 

E o verde das plantas fica mais verde. O Verão é inquieto. Tudo nele convida a sair e a agir. O Outono é tranqüilo, introspectivo, convida ao recolhimento e à meditação. É um convite ao pensamento.

Gosto especialmente das suas tardes. O verão é a estação do meio-dia. O outono vive mais ao sol que se põe. E como são belos os dois, O Outono e as tardes. Há uma pitada de tristeza misturada no ar. “O que é bonito enche os olhos de lágrimas”, diz a Adélia. Os dois se parecem porque os dois estão cheios de adeus.

A tarde

... é este ssossego do céu
com suas nuvens paralelas
e uma última cor penetrando nas árvores
até os pássaros.
É esta curva dos pombos, rente aos telhados,
este cantar de galos e rolas, muito longe;
e, mais longe, o abrolhar de estrelas brancas,
ainda sem luz...

Na cidade onde eu vivi, no interior de Minas, ao crepúsculo se tocava a Ave Maria, e era como se toda a natureza parasse e rezasse. Eu gostava de ficar olhando para as árvores: havia uma imobilidade absoluta no ar. Nem um único tremor perturbava a tranquilidade pensativa das folhas. E as nuvens ao poente se coloriam de verde claro, passando pelos, amarelos, laranjas, e vermelhos, até o roxo, que se preparava para desaparecer na escuridão. Tudo belo. Tudo triste. E pensamos pensamentos diferentes daqueles de durante o dia. 

Para Wordsworth,
as nuvens que se ajuntam ao redor do sol que se põe
ganham seu colorido triste
de olhos que têm atentamente
observado a mortalidade dos homens
.

O crepúsculo e o Outono nos fazem retornar à nossa verdade. Dizem o que somos. Metaforas de nós mesmos, eles nos fazem lembrar que somos seres crepusculares, outonais. Também somos belos e tristes... Como o Verão quarentão também nós não queremos partir... 

Paul Bouget nos diz:

Quando, ao sol que se põe, os rios ficam cor de rosa
e um leve tremor percorre os campos de trigo,
parece das coisas surgir uma suplica de felicidade
que sobe até o coração perturbado.
Uma súplica de degustar o encanto de se estar no mundo
enquanto se é jovem e a noite é bela.
Pois nós vamos,
como se vai esta onda:
Ela, para o mar,
nós para a sepultura.


Quem quer que pare para ouvir as vozes do Outono e da tarde perceberá que, dentro da sua beleza, nos falam a nossa vida e a nossa morte. Nada de mórbido. Só podem viver bem aqueles que aprendem a sabedoria que a morte ensina.
Foi assim que o professor de literatura, no filme A sociedade dos poetas mortos, iniciou o aprendizado dos seus alunos. Vocês se lembram?

 Levou-os até uma fotografia onde se encontravam, imobilizadas sobre o papel, pessoas. Agora todas estavam mortas. 

Também nós, um dia. 

A lição da poesia é que é preciso contemplar o crepúsculo no horizonte para se sentir a beleza incomparável do momento... Cada momento é único. Não há tempo para brincadeiras. Carpe diem: colha o dia, como algo que nunca mais se repetirá, como quem colhe o crepúsculo, “antes que se quebre a corrente de prata, e se despedace a taça de ouro...” Beba cada momento até as últimas gotas. É preciso olhar para o Abismo face a face, para se compreender que o Outono já chegou e que a tarde já começou. Cada momento é crepuscular. Cada momento é outonal. Sua beleza anuncia seu iminente mergulho no horizonte.

Quando o sol está a pino estas ideias não nos perturbam. Tudo parece estar bem. Há muito tempo ainda. As rotinas do trabalho ocultam a nossa verdade. Mas elas não podem impedir nem que a tarde chegue, com suas cores de adeus, e nem que o outono chegue, anunciando a proximidade do Inverno. E eles nos forçam a ter pensamentos diferentes, pensamentos de solidão. São mestres silenciosos. Se prestarmos atenção e ouvirmos o que nos dizem, ficaremos sábios. Porque sabedoria é isto: contemplar o abismo, sem ser destruído por ele. Nas palavras de Rilke, “conter a morte inteira, docemente, sem nos tornar amargos”.

 *Rubem Alves*


 Porque sabedoria é isto: 
contemplar o abismo, sem ser 
destruído por ele...

 “conter a morte inteira, docemente, sem nos tornar amargos".

Namaste!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Lakmé - Ópera Imaginaire de Léo Delibes




Lakmé 




 Ópera em 3 atos de  Léo Delibes (1836-1891), que teve sua estréia em 14 de abril de 1883, em Paris

A historia se passa na Índia durante um período de domínio dos ingleses. Os personagens principais são : Lakmé, filha de um importante sacerdote brâmane - Nilakantha, e seus fiéis criados Mallika e Hadji, os soldados Frederik e Gerard, além de Ellen filha do governador, amiga de Gerard e Rose, amiga de Ellen .

Primeiro ato:  o cenário é um belo jardim, repleto de magnificas flores de cores e formas exuberantes, de perfumes suaves, belezas dignas do paraiso,  onde os fiéis de Brahma, deus hindu, liderados por Nilakantha, se reúnem para seus cultos de forma secreta, pois eram proibidos de suas práticas espirituais livres pelos britânicos. Lakmé com sua doce voz, entoa uma oração ao final do culto aos deuses Durga, Shiva e Ganesh e seu pai Nilakantha parte para a cidade afim de cuidar dos preparativos de uma grande festa que acontecerá no dia seguinte. Lakmé permanece no jardim cuidando amorosamente das flores com sua criada que lhe prepara  um banho...e nesse momento cantam o famoso Dueto das Flores (vídeo anexo ao texto),  depois pegam um barco e vão rio acima.

As práticas espirituais dos hindus com toda sua "magia" causavam muita curiosidade aos soldados ingleses e eles invadem o jardim para tentar saber o que havia ali e o que faziam .  Frederik os adverte para não tocarem nas flores pois sabia que algumas delas eram venenosas e aconselha a todos serem muito prudentes, pois vivia ali, isolada do mundo,  uma sacerdotisa sagrada considerada quase uma deusa . Quando se preparam para ir embora, uma das moças percebe deixadas  num banco, um amontoado de belas joias. Isso atrai muito a curiosidade de Gerard que avisa aos outros que  não irá com eles, e que vai ficar no local com o intuito de desenhar as tais joias. Ao admira-las, Gerard imagina como seria a mulher que as deixara ali, tão displicentemente, e nesse momento ouve barulho de pessoas chegando e esconde-se.

Chegam Lakmé e Mallika do banho no rio, e a sacerdotisa percebe a presença do soldado, se assusta, mas nada diz aos criados e pede para que eles saiam e tragam de volta seu pai, que esta na cidade. Enquanto isso, ela se aproxima de Gerard, seus olhos brilham ao encontrar os dele, um encantamento imediato acontece...mas ela sabe que ele não pode estar ali  no local sagrado e proibido para ele, e avisa que ele deve ir embora,  e que jamais deve dizer a quem quer que seja que a tinha visto, pois assim sua vida correria perigo. Mas Gerard fica  perdidamente apaixonado por ela e lhe confessa  seu amor. Nesse instante, o clima romântico é quebrado ao ouvirem  passos, era seu pai chegando, Lakmé aflita, pede que ele saia imediatamente, mas mesmo assim seu pai percebe que o local sagrado havia sido violado e furioso, promete matar  o estrangeiro que o havia feito. Nilakanthaera um homem bom mas  possuía muito ódio dos ingleses por oprimirem tanto seu povo.

Segundo ato Na praça da cidade, perto do local sagrado está sendo preparada uma grande festa. No local se concentram muitas pessoas pois ali está o mercado do povo. Chegam o soldado Gerard e Ellen agora sua noiva...logo em seguida Frederik aparece e avisa Gerard que no dia seguinte eles deverão partir com o regimento para perseguirem os rebeldes. Chegam também, Lakmé e seu pai disfarçados de mendigos. Ela tenta convencer seu pai de que o jovem inglês não sabia o que estava fazendo, mas o pai nao desiste de seu intento de encontrar o invasor do jardim sagrado e  com intuito de fazer com que o tal se revele,  obriga Lakmé a cantar uma cancão que fala da historia da filha de um pária  que socorre um rapaz perdido num bosque e esse rapaz era nada menos que Vishnu, filho do deus Brahma...
mas, não aparece ninguém... 
Então, Lakmé avista o soldado, se assusta e desmaia nos braços do pai.
Nilakantha reconhece o oficial, mas naquele momento nada pode fazer, um grupo de soldados invade a praça mas ele promete se vingar naquela mesma noite e vai embora .

O fiel servo de Lakmé promete ajudá-la e assim ela e Gerard se encontram,  e ela acaba por confessar seu amor por ele também, mesmo sendo adoradores de deuses diferentes e propõe viverem juntos num local onde a sacerdotisa mantinha uma cabana secreta. Gerard mal consegue conter a felicidade estampada em sua face e seu amigo Frederik acaba por perceber e tenta chamar-lhe a razão, já que no dia seguinte irão embora e ele esquecerá tudo isso. Aproxima-se uma procissão de brâmanes e Nilakantha junto com outros homens aproveitando o momento, conseguem capturar Gerard e um del seus homens  o apunhala. Lakmé corre junto a ele pensando que estava morto, mas ao se aproximar percebe que não e o leva para sua cabana com a ajuda de seu criado Hadji.

Terceiro ato : Em seu refugio no meio da mata, uma cabana feita de bambu, Lakmé, cuida de seu amado deitado em uma cama feita de folhas, cantando  e dando-lhe ervas curativas que o fazem acordar bem melhor.O soldado inglês cada vez mais apaixonado quer abandonar tudo e viver com sua amada e completamente recuperado vai com ela  a fonte de águas mágicas e depois para a fonte do amor eterno. Lakmé o deixa um pouco sozinho e vai buscar água da fonte quando Frederik o encontra apos seguir seus rastros de sangue e o recorda de seu compromisso com Ellen e com o regimento que partirá em busca dos rebeldes. Ele insiste em lembrar-lhe  seu compromisso e sua honra de soldado. Então,  Gerard percebe que nunca seria feliz ao lado de sua amada, sendo um  traidor de sua pátria. Quando Lakmé retorna, ouve os passos ao longe dos soldados e o percebe diferente e compreende a decisão de seu amado. 

Conhecedora das flores, Lakmé desolada,  escolhe uma venenosa e mastiga-a, depois toma um pouco da água milagrosa da fonte e dá ao seu amado, fazendo com que ele se torne seu marido e seja protegido do perigo, com esse ritual, Gerard fica convertido a um ser sagrado também  Quando seu pai chega na cabana e reconhece o oficial,  dá ordens para o matarem, mas, Lakmé lhe diz que de nada mais adianta pois já beberam da água da fonte sagrada e permanecerão agora unidos para sempre.

Lakmé morre nos braços de seu amado e seu pai se consola pois sabe que  agora sua filha está na morada celestial junto aos deuses. 
E Gerard chora desesperadamente a morte de seu grande amor !!!!!

By Rose Colaneri


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Beethoven - Fantasia Coral em Dó Menor - Op.80 - Fantasy Choral by Rose Colaneri

Steinway, N C Wyeth, "Beethoven and Nature" (1919)
"Pouca gente compreende que cada frase musical é um trono da paixão e que a paixão é o trono da música".
*Beethoven*

Fantasia Coral em Dó Menor - Op.80
A pérola esquecida de Beethoven...

Esquecimento esse I.M.P.E.R.D.O.Á.V.E.L.

Pouco se fala dessa magnífica obra do grande Beethoven, raros são os artigos encontrados, mesmo em bons livros biográficos às vezes somente uma pequena menção, o que para mim é um grande sacrilégio, uma grande injustiça à obra e à grandeza de alma de Ludwig van Beethoven.

Fantasia Coral traz em sua "suprema magnitude" uma "sublime leveza". Ao ouvi-la não consigo conter a emoção que me toma completamente...é brilhante a forma como essa obra me transporta a um mundo surreal de indizível prazer...beleza...êxtase !!!

Composta em dezembro de 1808 em tempo muito curto para os padrões, foi apresentada em 28 de dezembro de 1808 na Academia de Viena num grande concerto de Beethoven em seu próprio beneficio, já que estava em grandes dificuldades financeiras.

No programa, Beethoven estreou a Quinta e a Sexta Sinfonias, Concerto nº4 para piano e orquestra, e também foram apresentados os primeiros três movimentos da Missa, Op. 86 e Abertura Coriolano e para dar um "Gran Finale" a essa brilhante noite, ele apresentou fantasia para piano em ritmo de Adágio.

Já no inicio destaca-se as variações ao piano, diz-se que foi o próprio Beethoven que atuou como solista com seu estilo de improvisar e talvez tenha sido esta, uma das ultimas apresentações do grande compositor ao vivo, já que a surdez o afastava dos palcos. Houve nessa apresentação uma série de problemas devido em parte à falta de ensaios adequados e também ao conflito durante a performance da música. No entanto, essa magnífica obra de Beethoven sobrevive até os dias de hoje.

Diz-se ser essa obra, o prenuncio de Ode a Alegria, já que se assemelha muito do que será esse magnifico final da Nona Sinfonia, 15 anos mais tarde.

Fantasia Coral reúne orquestra, coro e uma parte de piano solo, tem cerca de 20 minutos e divide-se em dois movimentos : Adágio e Finale Allegro

Eis os ultimos versos - côro:

"Aceitai, pois, alegremente, almas nobres,
Os presentes da nobre arte.
Quando o amor e a força se unem,
O homem é agraciado pelo favor dos deuses"...

Ludwig van Beethoven - o Grande Maestro - Compositor - Pianista - Professor - Um Grande Mestre - o melhor para mim...THE BEST !!

Rose Colaneri

domingo, 1 de abril de 2012

Tempo da Delicadeza R.A. - O outono da vida by Rose Colaneri


Imagem de Mihai Criste


Esta faltando…tempo…TEMPO PARA AMAR VERDADEIRAMENTE!

Alem do tempo da delicadeza, falta o tempo do respeito, da lealdade, da sinceridade, nao existe tempo para o AMOR...

o que se ve muito nos relacionamentos hoje é a busca do engrandecimento do ego.. da quantidade,..”peguei aquela(s)”, “transei com aquele(s)”,

nao ha mais sentimentos, nem vontade para conviver, conhecer melhor uma pessoa,

falta tolerancia, falta compreensao de que somos diferentes em muitas coisas mas,

igualmente queremos amar e ser amados,

respeitar e sermos respeitados…

queremos viver um pouco de alegria nesse mundo tao castigado de crueldades..

um dia nossa luz se apagara para sempre e o que nao foi vivido, nunca o sera…

Ha tantas pessoas maduras agindo como adolescentes sem responsabilidade ou experiencia,

nao se importando com as consequencias de seus atos na vida do outro…que pode sofrer demais,

muitas vezes pode perder o rumo de sua vida apos um relacionamento onde nao houve respeito com seus sentimentos…

a vida é fragil demais,

nunca saberemos o quanto o outro ficou ferido e magoado,

nem como reage frente a essa liquidez de contatos..


A fila anda !!


Não!!!


Nao ha sequer tempo mais para formar fila!!!


Familias sao destruidas pela falta de respeito nos relacionamentos… é muito triste isso…quanto desamor!!!

é preciso ter certeza antes de dizer “eu te amo”,

antes de prometer estar sempre ao lado de uma pessoa,

antes de fazer o outro acreditar que é amado

esta faltando mais responsabilidade para com o que se diz, com o que se sente,

responsabilidade com as mudancas ocasionadas quando se entra na vida de uma outra pessoa,

porque acontecem mudancas que podem afetar muito e negativamente o outro ser.

Respeito, responsabilidade…muitos passam anos desrespeitando achando que isso é normal…nada demais!!

O carater de uma pessoa se revela em suas ações e nao em suas palavras!


Hoje ficou tao banal o “EU TE AMO”,virou slogan de sedução, de atrativo pessoal no mundo virtual…

e enaltecimento de uma persona nao verdadeira..inexistente..

a todo momento se fala eu te amo, como se para isso bastasse somente ser adicionado em suas pagina sociais …

quanta banalizacao, decadencia de um sentimento nobre!


O tempo passa, as feridas sangram e as pessoas vao se afastando daquilo que buscaram por toda uma vida:

Ser feliz ao lado de quem ama!!

Cuidado com as marcas que vc anda deixando nas pessoas que passam por sua vida…

E preciso amar [DE VERDADE] as pessoas como se nao houvesse amanha”..

sim, o amanha é incerto, a impermanencia é muitas vezes cruel,

o que nao foi feito, o que nao foi dito,as desculpas que nao foram pedidas,

amores que nao foram declarados e vividos não terao mais seu tempo terreno..

as vidas se vao…muito rapido…

e o vazio aumenta…muito!

E doi………………………………..


“Uma pessoa nao é um doce que vc come, enjoa e empurra o prato” A.D.


Delicadeza so existe no AMOR e no RESPEITO !


Quem sabe as pessoas maduras emocionalmente e espiritualmente ainda se encontrem um dia no outono da vida.

para aproveitar ao maximo o tempo da delicadeza…

o tempo do amor maduro,

do amor respeito,

do amor lealdade,

do amor dedicacao,

do amor dialogo,

do amor companhia,

do amor que compartilha risos e prantos, alegrias e tristezas, fracassos e conquistas,

do amor que supera dificuldades e diferenças,

do AMOR que so quer…AMAR!!


Rose Colaneri


Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente…

*Chico Buarque*



Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”, diz o texto sagrado.
O amor também tem os seus tempos e ele muda como mudam as estações.
Nos países frios, a primavera é o tempo da pressa.
Os bulbos, que por meses haviam hibernado sob o gelo, repentinamente despertam do seu sono,
rompem da noite para o dia a camada de neve que os cobria e exibem, sem o menor pudor,
os seus órgãos sexuais coloridos e perfumados, suas flores.
”Que lindas…”, dizemos. Ignoramos que aquela é uma beleza apressada.
A primavera é curta. Outro inverno virá.
É preciso espalhar o sêmen com urgência, para garantir a continuidade da vida.
Por isso se exibem assim, em sua nudez colorida e perfumada, para atrair os parceiros do amor.
Se as plantas pensassem, teriam os mesmos pensamentos que têm os jovens quando neles desperta o sexo, em todo o seu furor de realizar-se
É só isto que importa: o coito. Passado o êxtase. Vai-se o interesse, fuma-se um cigarro, vira-se para o lado…


O verão é o tempo em que a fúria reprodutiva já se esgotou. Tempo maduro, tempo do trabalho dos filhos, das rotinas domésticas.
Os mesmos olhos que se excitavam ao contemplar o corpo nu da pessoa amada já não se excitam.
Já não sorriem nem têm palavras poéticas a dizer sobre ele. Há uma rotina sexual a ser cumprida.
Vai-se o encantamento, os olhos e as mãos se cansam da mesmice e começam a procurar outros corpos
e vem a saudade da juventude que já passou.
Cumprido o ato, vem o silêncio.
O outono é a estação de uma nova descoberta. Não há urgência. Nenhuma obrigação.
A natureza está tranqüila.
Na adolescência qualquer mulher servia, porque o sexo era comandado pelas pressões vulcânicas dos hormônios e pelos genitais.
Agora o que excita é o rosto da pessoa amada.
O sexo deixa de ser movido pela bioquímica que circula no sangue e passa a ser movido pela beleza.
O amor se torna uma experiência estética.
E o que os amantes outonais mais desejam não são os fogos de artifício do orgasmo,
mas aquela voz que diz: “Como é bom que você exista…”


O outono é o tempo da tranqüilidade. É bom estar juntos, de mãos dadas, sem fazer nada.
É bom acariciar o cabelo da amada…
Esta é a grande queixa das mulheres – que para os homens a intimidade é sempre preparatória de uma transa.
Talvez porque se sintam obrigados a provar que ainda são homens. O que as mulheres desejam não é o prazer, é felicidade.
O outono é o tempo do amor feliz.
O Chico escreveu sobre esse tempo e lhe deu o nome de “tempo da delicadeza”, na canção “Todo o sentimento”.

“Preciso não dormir até se consumar o tempo da gente…”
Sim, preciso não dormir, preciso não morrer, porque há muito amor ainda não realizado.

“Vem-lhe então a memória do amor que, por descuido, não se realizou, e via em busca da sua recuperação:
Pretendo descobrir no último momento um tempo que refaz o que desfez…”
Esse verso me comove de maneira especial. Pensando no meu desajeito, na minha desatenção, vou lembrando das coisas que derrubei,
das palavras que nao ouvi, das flores que pisei. E dá uma vontade de fazer o tempo voltar para poder refazer o que foi desfeito,
para recolher todo o sentimento e colocá-lo no corpo outra vez…


Aí ele vai mansamente dizendo as palavras que o amor deve saber dizer, palavras que só existem no “tempo da delicadeza”.
“Prometo te querer até o amor cair doente, doente…”
Por isso, por causa desse tempo misterioso, é preciso amar cuidadosamente com o olhar,
com os ouvidos, com a mão que tateia para não ferir… enquanto há tempo.

****
Lembrei-me do amor de Florentino Ariza por Fermina Daza, de o Amor nos tempos do cólera.
Tiveram de esperar 53 anos e passaram o resto da vida navegando no rio da delicadeza.

*Rubem Alves*