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domingo, 1 de abril de 2012

Tempo da Delicadeza R.A. - O outono da vida by Rose Colaneri


Imagem de Mihai Criste


Esta faltando…tempo…TEMPO PARA AMAR VERDADEIRAMENTE!

Alem do tempo da delicadeza, falta o tempo do respeito, da lealdade, da sinceridade, nao existe tempo para o AMOR...

o que se ve muito nos relacionamentos hoje é a busca do engrandecimento do ego.. da quantidade,..”peguei aquela(s)”, “transei com aquele(s)”,

nao ha mais sentimentos, nem vontade para conviver, conhecer melhor uma pessoa,

falta tolerancia, falta compreensao de que somos diferentes em muitas coisas mas,

igualmente queremos amar e ser amados,

respeitar e sermos respeitados…

queremos viver um pouco de alegria nesse mundo tao castigado de crueldades..

um dia nossa luz se apagara para sempre e o que nao foi vivido, nunca o sera…

Ha tantas pessoas maduras agindo como adolescentes sem responsabilidade ou experiencia,

nao se importando com as consequencias de seus atos na vida do outro…que pode sofrer demais,

muitas vezes pode perder o rumo de sua vida apos um relacionamento onde nao houve respeito com seus sentimentos…

a vida é fragil demais,

nunca saberemos o quanto o outro ficou ferido e magoado,

nem como reage frente a essa liquidez de contatos..


A fila anda !!


Não!!!


Nao ha sequer tempo mais para formar fila!!!


Familias sao destruidas pela falta de respeito nos relacionamentos… é muito triste isso…quanto desamor!!!

é preciso ter certeza antes de dizer “eu te amo”,

antes de prometer estar sempre ao lado de uma pessoa,

antes de fazer o outro acreditar que é amado

esta faltando mais responsabilidade para com o que se diz, com o que se sente,

responsabilidade com as mudancas ocasionadas quando se entra na vida de uma outra pessoa,

porque acontecem mudancas que podem afetar muito e negativamente o outro ser.

Respeito, responsabilidade…muitos passam anos desrespeitando achando que isso é normal…nada demais!!

O carater de uma pessoa se revela em suas ações e nao em suas palavras!


Hoje ficou tao banal o “EU TE AMO”,virou slogan de sedução, de atrativo pessoal no mundo virtual…

e enaltecimento de uma persona nao verdadeira..inexistente..

a todo momento se fala eu te amo, como se para isso bastasse somente ser adicionado em suas pagina sociais …

quanta banalizacao, decadencia de um sentimento nobre!


O tempo passa, as feridas sangram e as pessoas vao se afastando daquilo que buscaram por toda uma vida:

Ser feliz ao lado de quem ama!!

Cuidado com as marcas que vc anda deixando nas pessoas que passam por sua vida…

E preciso amar [DE VERDADE] as pessoas como se nao houvesse amanha”..

sim, o amanha é incerto, a impermanencia é muitas vezes cruel,

o que nao foi feito, o que nao foi dito,as desculpas que nao foram pedidas,

amores que nao foram declarados e vividos não terao mais seu tempo terreno..

as vidas se vao…muito rapido…

e o vazio aumenta…muito!

E doi………………………………..


“Uma pessoa nao é um doce que vc come, enjoa e empurra o prato” A.D.


Delicadeza so existe no AMOR e no RESPEITO !


Quem sabe as pessoas maduras emocionalmente e espiritualmente ainda se encontrem um dia no outono da vida.

para aproveitar ao maximo o tempo da delicadeza…

o tempo do amor maduro,

do amor respeito,

do amor lealdade,

do amor dedicacao,

do amor dialogo,

do amor companhia,

do amor que compartilha risos e prantos, alegrias e tristezas, fracassos e conquistas,

do amor que supera dificuldades e diferenças,

do AMOR que so quer…AMAR!!


Rose Colaneri


Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente…

*Chico Buarque*



Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”, diz o texto sagrado.
O amor também tem os seus tempos e ele muda como mudam as estações.
Nos países frios, a primavera é o tempo da pressa.
Os bulbos, que por meses haviam hibernado sob o gelo, repentinamente despertam do seu sono,
rompem da noite para o dia a camada de neve que os cobria e exibem, sem o menor pudor,
os seus órgãos sexuais coloridos e perfumados, suas flores.
”Que lindas…”, dizemos. Ignoramos que aquela é uma beleza apressada.
A primavera é curta. Outro inverno virá.
É preciso espalhar o sêmen com urgência, para garantir a continuidade da vida.
Por isso se exibem assim, em sua nudez colorida e perfumada, para atrair os parceiros do amor.
Se as plantas pensassem, teriam os mesmos pensamentos que têm os jovens quando neles desperta o sexo, em todo o seu furor de realizar-se
É só isto que importa: o coito. Passado o êxtase. Vai-se o interesse, fuma-se um cigarro, vira-se para o lado…


O verão é o tempo em que a fúria reprodutiva já se esgotou. Tempo maduro, tempo do trabalho dos filhos, das rotinas domésticas.
Os mesmos olhos que se excitavam ao contemplar o corpo nu da pessoa amada já não se excitam.
Já não sorriem nem têm palavras poéticas a dizer sobre ele. Há uma rotina sexual a ser cumprida.
Vai-se o encantamento, os olhos e as mãos se cansam da mesmice e começam a procurar outros corpos
e vem a saudade da juventude que já passou.
Cumprido o ato, vem o silêncio.
O outono é a estação de uma nova descoberta. Não há urgência. Nenhuma obrigação.
A natureza está tranqüila.
Na adolescência qualquer mulher servia, porque o sexo era comandado pelas pressões vulcânicas dos hormônios e pelos genitais.
Agora o que excita é o rosto da pessoa amada.
O sexo deixa de ser movido pela bioquímica que circula no sangue e passa a ser movido pela beleza.
O amor se torna uma experiência estética.
E o que os amantes outonais mais desejam não são os fogos de artifício do orgasmo,
mas aquela voz que diz: “Como é bom que você exista…”


O outono é o tempo da tranqüilidade. É bom estar juntos, de mãos dadas, sem fazer nada.
É bom acariciar o cabelo da amada…
Esta é a grande queixa das mulheres – que para os homens a intimidade é sempre preparatória de uma transa.
Talvez porque se sintam obrigados a provar que ainda são homens. O que as mulheres desejam não é o prazer, é felicidade.
O outono é o tempo do amor feliz.
O Chico escreveu sobre esse tempo e lhe deu o nome de “tempo da delicadeza”, na canção “Todo o sentimento”.

“Preciso não dormir até se consumar o tempo da gente…”
Sim, preciso não dormir, preciso não morrer, porque há muito amor ainda não realizado.

“Vem-lhe então a memória do amor que, por descuido, não se realizou, e via em busca da sua recuperação:
Pretendo descobrir no último momento um tempo que refaz o que desfez…”
Esse verso me comove de maneira especial. Pensando no meu desajeito, na minha desatenção, vou lembrando das coisas que derrubei,
das palavras que nao ouvi, das flores que pisei. E dá uma vontade de fazer o tempo voltar para poder refazer o que foi desfeito,
para recolher todo o sentimento e colocá-lo no corpo outra vez…


Aí ele vai mansamente dizendo as palavras que o amor deve saber dizer, palavras que só existem no “tempo da delicadeza”.
“Prometo te querer até o amor cair doente, doente…”
Por isso, por causa desse tempo misterioso, é preciso amar cuidadosamente com o olhar,
com os ouvidos, com a mão que tateia para não ferir… enquanto há tempo.

****
Lembrei-me do amor de Florentino Ariza por Fermina Daza, de o Amor nos tempos do cólera.
Tiveram de esperar 53 anos e passaram o resto da vida navegando no rio da delicadeza.

*Rubem Alves*

domingo, 25 de março de 2012

Om Sarve - Mantra do AMOR Universal




Arte em Pintura de Alexei Antonov


O AMOR é tudo!!!
Vibrar AMOR é nosso dever maior…
O AMOR está dentro de cada um, basta um pequeno gesto diário e ele se expandirá rapidamente...Uma palavra, um abraco, um olhar…um colo… um carinho….um sorriso…uma escuta…tudo é AMOR!!
Todo mundo precisa de AMOR!!!!!!

All You Need Is Love
Love is all you need
Love is all

O AMOR de meu coração saúda o AMOR em seu coração !!
Rose Colaneri

Om Sarve – Mantra da PAZ, do AMOR Universal !

Om Sarve Bhavantu Sukhinaha
Sarve santu santu niramaya
Sarve Badhrani Pasyantu
Ma Kaschid Dukha Bhag Bhavet

Esse mantra diz

"Que todos os seres sejam felizes
Que todos os seres sejam livres de doenças
Que todos os seres possam ver coisas auspiciosas
Que todos os seres sejam livres dos sofrimentos
(minha tradução livre)

Ou

"Que todos os seres sejam felizes
Que a existência possa suprir todas as suas necessidades
Que todos possam encontrar o deus interior
(do site: http://wiki.softwarelivre.org)

quinta-feira, 15 de março de 2012

O AMOR é tudo... Mantra

Pintura belíssima de Magritte




Namaste!

Eleve sua mente, pense no TODO !!
Cante AMOR!
Vibre AMOR!
Seja AMOR!
Verdadeiramente!!

Love is all there is

Baba Nam Kevalam
O AMOR é tudo...
Eis o significado deste mantra.

Minha religião é o AMOR !!

terça-feira, 13 de março de 2012

Namo Kuan Shih Yin Pu Sa


Nenhuma palavra...somente...sentimentos...verdadeiros!!!
Namo Kuan Shih Yin Pu Sa !!
Rose Colaneri





domingo, 8 de janeiro de 2012

A NONA ... DE LUDWIG VAN BEETHOVEN










A NONA
DE
LUDWIG VAN BEETHOVEN

“A música é o clima de minha alma”
*Beethoven*




Quando Beethoven compôs a 9ª Sinfonia , sua mais longa composição, com aproximadamente 69 minutos, já estava completamente surdo. Sua 1ª apresentação foi em 07.05.1824 e Beethoven, incapacitado de dirigir a orquestra por causa de sua surdez total, cedeu seu lugar ao Maestro Mickael Umlauf.


Beethoven foi muito aplaudido durante o espetáculo mas nem se deu conta pois sentou-se no palco de costas para a platéia. Foi uma cantora solista que no final o fez virar-se para o público para ver e sentir a emoção, o sucesso, a aceitação total, os aplausos ovacionados que recebia daqueles que assistiam naquele momento a apresentação daquela que se tornaria mais de um século depois, “Patrimônio do Mundo”!!! E essa grande apresentação foi a ultima vez que Beethoven pisou nos palcos.


Em 05.05.1972 a 9ª entrou oficialmente nos registro da “Memória do Mundo”, programa da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) que protege alguns patrimônios mundiais, por ser uma obra que além de seus méritos musicais se consagrou como um hino universal de fraternidade. Dentro da 9ª, encontramos um trecho de “Ode à Alegria”, do alemão Friederich Schiller, poema que canta a fraternidade e a liberdade . Beethoven levou cerca de 30 anos para conseguir colocar versos desse poema em sua obra musical e isso fez com que pela primeira vez se ouvissem vozes em uma apresentação orquestrada e é por essa razão que a Nona de Beethoven também é conhecida por Sinfonia Coral.
Com essa obra divina Beethoven se consagrou não só na Áustria como em toda Europa como um dos MAIORES COMPOSITORES DE TODOS OS TEMPOS.


Minha profunda admiração, meu amor e gratidão pelos momentos sublimes que passo quando estou ao lado de “Beethoven-O Magnifico”

By Rose Colaneri


“Texto baseado em livros de biografia de Beethoven”



***



E como eu amo as obras de Beethoven, começo 2012 no blog, com Beethoven o Magnífico...
Sua Nona Sinfonia – Momentos de êxtase sublime, paz espiritual, amor de alma!!!
E sua Ode à Alegria – Um canto à liberdade e à fraternidade :



“Quem quer que tenha criado
Uma amizade duradoura
ou tenha ganho
Uma esposa amante e fiel
Todos que possam chamar sua,
Pelo menos uma alma
Unam-se a nossa canção de louvor! “



***



Letra Song of joy – fonte: site terra.com






Ode À Alegria
Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!

Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam 2X
Ali onde teu doce vôo se detém.

Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso 2X
Que fique chorando sozinho!


Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes 2x
E ao querubim que se ergue diante de Deus!

Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.

Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cartas à Amada Imortal - Beethoven






Tenho grande “amor”, uma admiração imensa mesmo por Beethoven, e sua obra magnífica é um grande bálsamo em minha vida. Não me canso de ouvir, de me encantar, de ler sobre sua vida e obras...
E como todo ser humano, Beethoven também teve seus segredos, seus amores não correspondidos, suas musas inspiradoras, seus momentos de dor, de raiva, e de muito amor...após sua morte uma lacuna em sua vida foi descoberta...um grande amor que ninguém até hoje sabe dizer com certeza quem foi...alguns dizem que seria uma mulher que não deu chances ao compositor...foram encontradas cartas apaixonadas que ele escreveu à uma mulher que não citou nome e que o mundo denomina hoje de “AMADA IMORTAL”...

Somente um homem com muito AMOR dentro de si, poderia ter deixado como legado, uma obra da imensa magnitude como é a obra de Beethoven... quem hoje pode dizer que tem esse AMOR ???AMOR INTENSO...Poucos...raros são os que se entregam aos sentimentos intensos...profundos e verdadeiros...

Cartas de Amor... em extinção no mundo atual...

O mistério amoroso do grande Beethoven:

Manhã de 6 de julho

Meu anjo, meu tudo, meu eu... Por que esta profunda tristeza quando é a necessidade quem fala? Pode consistir nosso amor em outra coisa que em sacrifícios, em exigências de tudo e nada? Esqueceu de que você não é inteiramente minha e de que eu não sou inteiramente seu? Oh, Deus!

Contempla a maravilhosa natureza e tranquiliza seu ânimo na certeza do inevitável. O amor exige tudo e com pleno direito: eu para com você e você para comigo. No entanto, duvida tão facilmente que eu tenho que viver para mim e para você. Se estivéssemos completamente unidos, nem você nem eu estaríamos nos sentindo tão desolados. Minha viagem foi horrível...

Alegre-se, você é o meu mais fiel e único tesouro, meu tudo como eu para você. No mais, que aconteça o que tenha que acontecer e deva acontecer; os deuses saberão o que fazer...

Tarde de segunda-feira. Você sofre. Ah! onde estou, também ali está você comigo. Tudo farei para que possamos viver um ao lado do outro. Que vida!!! Assim!!! Sem você... perseguido pela bondade de algumas pessoas, que não quero receber porque não as mereço. Me dói a humildade do homem diante do homem. E quando me acho em sintonia com o Universo, o que sou e quem é aquele a quem chamam o Todo Poderoso? E sem dúvida... aí então aparece de novo o divino do homem. Choro ao pensar que provavelmente não receberá minha primeira carta antes de sábado. Tanto como você me ama, muito mais a amo!... Boa noite! Devo ir dormir. Oh, Deus! Tão perto! Tão longe! Não é nosso amor uma verdadeira morada do céu? E tão sólido como as muralhas do céu?!

7 de julho

Bom dia! Todavia, na cama se multiplicam meus pensamentos em você, minha amada imortal; tão alegres como tristes, esperando ver se o destino quer ouvir-nos. Viver sozinho me é possível, ou inteiramente com você, ou completamente sem você. Quero ir bem longe até que possa voar para os seus braços e sentir-me num lugar que seja só nosso, podendo enviar minha alma ao reino dos espíritos envolta em você. Você concordará comigo, tanto mais conhecendo minha fidelidade, e que nunca nenhuma outra possuirá meu coração; nunca, nunca...

Oh, Deus! Por que viver separados, quando se ama assim? Minha vida, o mesmo aqui que em Viena: sentindo-me só, angustiado. Você, amor, me tem feito ao mesmo tempo o ser mais feliz e o mais infeliz. Há muito tempo de que preciso de uma certeza em minha vida. Não seria uma definição quanto ao nosso relacionamento? Anjo, acabo de saber que o correio sai todos os dias. E isso me faz pensar que você receberá a carta em seguida.

Fique tranquila. Contemplando com confiança nossa vida alcançaremos nosso objetivo de vivermos juntos. Fique tranquila, queira-me. Hoje e sempre, quanta ansiedade e quantas lágrimas pensando em você, em você, em você, minha vida, meu tudo! Adeus, queira-me sempre! Não duvide jamais do fiel coração de seu enamorado Ludwig. Eternamente seu, eternamente minha, eternamente nossos.

— A Amada Imortal será sempre um mistério. Certos biógrafos afirmam que desconhecem, e até sugerem que, talvez a bem-amada de Beethoven, é alguém cujo nome ninguém nunca soube...

Tradução : Arnaldo Poesia

Há um lindo vídeo só visto no youtube:

http://youtu.be/zbF6vtFkL6M


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Kairós - As batidas do coração - Rubem Alves





O tempo se mede com batidas.
Pode ser medido com batidas de um relógio (chronos)
ou pode ser medido com as batidas do coração (kairós).
Ao coração falta a precisão dos cronômetros.
Sua batidas dançam ao ritmo da vida - e da morte...
Nossa civilização tem palavras para dizer
o tempo dos relógios: a ciência,
mas perdeu as palavras para dizer
o tempo do coração.
Coração não entende chronos.
Coração entende vida.
Kairós mede a vida pelas pulsações do amor.
Chronos me diz que eu nada possuo.
Nem mesmo meu corpo.
O relógio é o tempo do dever,
corpo engaiolado.
Kairós vem em meu socorro,
para espantar a tristeza.
Diz-me que o tempo é uma criança.
Convida-me a brincar com chronos.
Cada momento de brinquedo
é uma eternidade completa.
A vida tem que ser uma namorada.
O amor vale pelo momento.

*Rubem Alves*

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A INVEJA - Rubem Alves

Arte surrealista de Mihai Criste


Certamente vc conhece alguém assim,
pois o mundo esta repleto de seres doentes na alma querendo ser aquilo que nunca poderão ser, então...INVEJAM !
Mas nunca chegarão a ser como o ser invejado e isso por si soh já basta!

"Não inveje..faça melhor!"
Rose

Ahhhhhhhhhhhhhhhhh, 


A   I.N.V.E.J.A. 

Esse texto faz parte de uma cronica de Rubem Alves , sobre um homem que encontrou uma garrafa na qual vivia um gênio que tinha o poder para realizar todos os seus sonhos. Por aquele gênio ele seria levado ao lugar onde todos os
 nossos sonhos são realizados. O gênio saiu da garrafa onde estivera adormecido e lhe disse: 

"Tenho o poder de transformar em

  realidade todos os seus sonhos, sem nenhum limite. É só você me contar o seu sonho, e ele acontecerá."


O homem começou então a pensar nas coisas maravilhosas que iria pedir: um corpo jovem, sem dores ou doenças, cheio de beleza, energia, casas nos lugares mais lindos das montanhas e das praias, com jardins exuberantes; cozinhas onde se fariam as mais deliciosas comidas e bebidas; música; livros; amigos; amor… Ah! Ele era um homem refinado, com gosto apurado, e sabia escolher boas e excelentes coisas! Seria um ser humano feliz! E assim os seus olhos iam tranqüilamente passeando pelos seus sonhos, antegozando a felicidade ilimitada que iria gozar dentro de alguns momentos.


Foi quando o gênio lhe disse: "Há apenas um detalhe que me esqueci de mencionar, porque acho que é irrelevante. Tudo o que você tiver, o seu pior inimigo vai ter em dobro…" Foi o gênio falar e aconteceu com os olhos do homem aquilo que escrevemos (…): eles, que até então descansavam nas coisas que iriam fazê-lo feliz além de tudo o que imaginara, começaram a olhar para as coisas que seu inimigo iria ter. E quando voltaram de novo para suas próprias coisas, aquelas mesmas que, apenas um momento antes, o haviam feito o homem mais feliz do mundo, descobriu que todas elas, neste segundo em que seu olhar dançara, haviam apodrecido. A inveja é um verme que faz apodrecer o fruto delicioso que estávamos para comer. A inveja nos deixa de mãos vazias. É importante que se entenda logo para se compreender o fim da estória:
"Já sei o que quero pedir", disse o homem ao gênio, depois de longa meditação.
"Pois faça o seu pedido", disse o gênio.

"Me fure um olho…"


*Rubem Alves*

 
*****************************************


"Ciúme é querer manter o que se tem; 
Cobiça é querer o que não se tem; 
Inveja é não querer que o outro tenha. 

inveja é um vírus que se caracteriza pela ausência de sintomas aparentes. 

O ódio espuma. 

A preguiça se derrama. 

A gula engorda.

 A avareza acumula.

 A luxúria se oferece. 

O orgulho brilha. 

Só a inveja se esconde. 


Como adverte a emergente Vera Loyola:

 ‘O verdadeiro amigo não é o solidário na desgraça, mas o que suporta o seu sucesso". 

*Zuenir Ventura in Mal Secreto*


E a pobre da Regina - USA- esta muito doente da alma! Tadinha :)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

É Primavera !!





Aconteça o que acontecer em nossas vidas, o tempo não pára, a natureza segue seu curso e assim chega hoje a estação mais esperançosa que existe, a estação do florescimento, nascimento, recomeço... assim eu vejo a primavera...recomeçar com flores, cores, perfumes...tudo se move, o cinza invernal dá espaço para o colorido primaveril...é dessa maneira que a natureza se recupera da escuridão fria do inverno ...é assim que nós devemos nos reerguer perante a vida que se renova a cada flor que nasce, a cada cor que brilha nesse espaço divino e lindo que é o Planeta Terra.

Acolher na alma, no coração esse momento vivo de rara beleza é como dar mais vida às nossas vidas, é como ver o sol brilhar mais intensamente, é saber que como a natureza, nós temos que reconhecer o momento de mudar, recriar, renascer...com cor, perfume, delicadeza, beleza...alegria...mesmo que tudo seja efêmero, mas tendo sua existência intensa terá valido a pena...

E que nossos caminhos sejam muito mais FLORIDOS ...

E assim será!

Esperança é para quem sabe esperar!!!!

A música é Barcarolle de Offenbach cantada pela adorável Nana Mouskouri – Alegria sempre, na alma, no coração, mesmo que ainda não manifestada fisicamente, mas ela chegará...

Na imagem, tela de Leonid Afremov, que gosto demais, onde sinto a presença da intensidade da alma...a vida em cores vibrantes e alegres.
Que assim seja...
Assim seja
E assim será!

Rose

Primavera

Cecília Meireles


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.