quinta-feira, 15 de março de 2012
O AMOR é tudo... Mantra
terça-feira, 13 de março de 2012
Namo Kuan Shih Yin Pu Sa
domingo, 8 de janeiro de 2012
A NONA ... DE LUDWIG VAN BEETHOVEN
A NONA
DE
LUDWIG VAN BEETHOVEN
“A música é o clima de minha alma”
*Beethoven*
Quando Beethoven compôs a 9ª Sinfonia , sua mais longa composição, com aproximadamente 69 minutos, já estava completamente surdo. Sua 1ª apresentação foi em 07.05.1824 e Beethoven, incapacitado de dirigir a orquestra por causa de sua surdez total, cedeu seu lugar ao Maestro Mickael Umlauf.
Beethoven foi muito aplaudido durante o espetáculo mas nem se deu conta pois sentou-se no palco de costas para a platéia. Foi uma cantora solista que no final o fez virar-se para o público para ver e sentir a emoção, o sucesso, a aceitação total, os aplausos ovacionados que recebia daqueles que assistiam naquele momento a apresentação daquela que se tornaria mais de um século depois, “Patrimônio do Mundo”!!! E essa grande apresentação foi a ultima vez que Beethoven pisou nos palcos.
Em 05.05.1972 a 9ª entrou oficialmente nos registro da “Memória do Mundo”, programa da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) que protege alguns patrimônios mundiais, por ser uma obra que além de seus méritos musicais se consagrou como um hino universal de fraternidade. Dentro da 9ª, encontramos um trecho de “Ode à Alegria”, do alemão Friederich Schiller, poema que canta a fraternidade e a liberdade . Beethoven levou cerca de 30 anos para conseguir colocar versos desse poema em sua obra musical e isso fez com que pela primeira vez se ouvissem vozes em uma apresentação orquestrada e é por essa razão que a Nona de Beethoven também é conhecida por Sinfonia Coral.
Com essa obra divina Beethoven se consagrou não só na Áustria como em toda Europa como um dos MAIORES COMPOSITORES DE TODOS OS TEMPOS.
Minha profunda admiração, meu amor e gratidão pelos momentos sublimes que passo quando estou ao lado de “Beethoven-O Magnifico”
By Rose Colaneri
“Texto baseado em livros de biografia de Beethoven”
***
E como eu amo as obras de Beethoven, começo 2012 no blog, com Beethoven o Magnífico...
Sua Nona Sinfonia – Momentos de êxtase sublime, paz espiritual, amor de alma!!!
E sua Ode à Alegria – Um canto à liberdade e à fraternidade :
“Quem quer que tenha criado
Uma amizade duradoura
ou tenha ganho
Uma esposa amante e fiel
Todos que possam chamar sua,
Pelo menos uma alma
Unam-se a nossa canção de louvor! “
***
Letra Song of joy – fonte: site terra.com
Ode À Alegria
Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam 2X
Ali onde teu doce vôo se detém.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso 2X
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes 2x
E ao querubim que se ergue diante de Deus!
Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Cartas à Amada Imortal - Beethoven
Tenho grande “amor”, uma admiração imensa mesmo por Beethoven, e sua obra magnífica é um grande bálsamo em minha vida. Não me canso de ouvir, de me encantar, de ler sobre sua vida e obras...
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Kairós - As batidas do coração - Rubem Alves
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
A INVEJA - Rubem Alves
Certamente vc conhece alguém assim,
pois o mundo esta repleto de seres doentes na alma querendo ser aquilo que nunca poderão ser, então...INVEJAM !
Mas nunca chegarão a ser como o ser invejado e isso por si soh já basta!
nossos sonhos são realizados. O gênio saiu da garrafa onde estivera adormecido e lhe disse:
"Tenho o poder de transformar em
E a pobre da Regina - USA- esta muito doente da alma! Tadinha :)
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
É Primavera !!
sábado, 27 de agosto de 2011
Valeu a pena ??? By Rose Colaneri and Rubem Alves
Parafraseando Fernando Pessoa : Valeu a pena, se a alma não é pequena”. Cada um sabe quantas dores lhe cabe na alma e como as suporta, cada um sabe o que faz com aquilo que o fez sofrer ou sorrir. Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é (Caetano Veloso).
Nessas experiências de vida é que tomamos consciência do poder da força e da fé que possuímos, ou não, do amor que temos dentro de nós e de sua potência perante os desafios, descobrimos o quão grande é a fragilidade de ser e estar, e quanto pesa a dor da escuridão da alma...
dos silêncios...desencontros...abandonos...solidão...desamor...
e o encontro consigo mesmo.
Muitos se perderam no caminho para depois se encontrar, muitos se perderam no caminho somente para hibernar e nada mudar, muitos se perderam no caminho para realmente se perder...cada um conhece somente a dor que lhe cabe verdadeiramente, cada um sabe de si somente...
“Não importa o que fizeram com você.
O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”.
Jean Paul Sartre
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
Ninguém passa por sua vida sem deixar uma marca...algumas são feridas que doem e sangram, outras são o bálsamo que lhe ajudará a cicatrizar essas feridas, outras deixam seu perfume encantador e enriquecedora sabedoria. Algumas marcas somem com o tempo...outras ficam como cicatrizes bem visíveis como prova de aprendizado para que não se repitam os mesmos erros...outras...as marcas do bem ficam eternas como perfume no ar...que a qualquer momento pode voltar a ser exalado...Às pessoas que por vezes passam tão rapidamente por nós dando exemplos de amor e superação devemos toda gratidão e carinho, essas são as verdadeiras conquistas pessoais, que ficam marcadas no coração...mesmo que passem como um relâmpago, um momento fugaz, mas são momentos de êxtase profundo que sobreviverão para sempre na memória e na saudade...
Esses breves instantes de vida, os bons, é que devem ser valorizados intensamente...são neles que moram nossas melhores recordações, neles residem nossa saudade hoje, porque saudades só sentimos daquilo que foi bom, mesmo que tenha sido por um instante ou por mais tempo. O que importa é na verdade termos a consciência que tudo é efêmero existencialmente, mas eterno na lembrança de nossos corações, emoções...que o eterno dentro de nós só abrigue as emoções do amor e nunca as de mágoas!
Pessoas entram e saem de nossas vidas, procure deixar nelas a melhor impressão de caráter, de lealdade, honestidade, bondade, respeito, amor, carinho, ternura...é isso que faz de você uma pessoa especial que certamente Vale a pena !!!!!
Porque a vida acontece agora no hoje...amanhã pode não existir , não deixe ninguém com mágoa de você...poderá não haver outro momento para curar feridas!!! Faça sempre Valer a pena!!!!!!!!!!!!
By Rose Colaneri
"Só é possível transformar-se na medida em que já se é."
Friedrich Novalis
Não compares tua vida com a dos outros. Não tens idéia do caminho que eles andaram”.
“Antes de me julgar, ande com as minhas sandálias”.
*.*
Por Rubem Alves
Ali estávamos nós quatro: você, eu, I-Ching e Beethoven. As moedas iam marcando a direção do oráculo-luz para sua pergunta. Mas você não sabia que há perguntas para as quais o livro dos oráculos não tem respostas. Porque ele foi escrito para aqueles que, diante do escuro do futuro, procuram um conselho de prudência:
Que fazer?
O livro não diz o que vai acontecer, porque ele não sabe. Suas respostas são como a previsão do tempo: tempo bom com nebulosidade; tempo instável, sujeito a chuvas; temperatura em declínio, aproxima-se um furacão… Ninguém que navega em barca a vela se atreve mar adentro sem antes lançar suas moedas e perguntar ao tempo o que o futuro reserva. Os que ignoram as advertências do tempo poderão pagar com a vida. Ulysses Guimarães pagou. Nunca mais foi achado. Acostumado ao poder, achou que poderia desafiar o tempo. Perdeu. Assim é o I-Ching: um oráculo que anuncia o tempo do Tao.
Tao é o nome do mar onde a vida navega. Cedia Meireles entendia:
Muitas velas, muitos reinos, âncora é outro falar, tempo que navegaremos não se pode calcular…
Não é possível derrotar o mar absoluto com os remos que temos nas mãos. É preciso fazer como quem navega: levantar as velas, direcionar o leme, e deixar-se levar pelo vento misterioso da vida…Mas você não estava pedindo um conselho de prudência sobre o futuro. Você pedia uma palavra de sabedoria sobre o passado.
Valeu a pena?
Tantos rochedos, tantas tempestades, tantas velas rasgadas e recosturadas, tantos mastros quebrados e consertados… Valeu a pena? E eu senti, na sua pergunta, uma outra mais terrível – se não teria sido melhor ter naufragado…E o I-Ching não soube que resposta dar. Talvez porque a resposta já estivesse no ar,um hexagrama inexistente onde estivesse escrito: Pergunta ao Beethoven!Já na cama, eu perguntei ao Beethoven. A gente estava ouvindo o último movimento da Nona Sinfonia.
Por várias vezes a orquestra cantara o tema, começando com os veludos dos violoncelos, os ouvidos tinham de prestar atenção, pois a música parecia um sussurro. Aos poucos os outros instrumentos foram acordando, saindo do seu silêncio, até que todos se puseram a tocar com força sobre-humana. Talvez este tenha sido o esforço supremo de Beethoven para ouvir aquela beleza perfeita que só ouvia com a alma, pois seus ouvidos já nada ouviam.
Valeu a pena?
A orquestra, então, como um golpe de marretas, uma cadência trágica e furiosa, interrompe a beleza celestial do tema num grito de revolta que diz: Não, não valeu a pena! Ao final, parece que o trágico leva a melhor. Mas isso era resposta que Beethoven não podia aceitar, ainda que fosse oráculo de I-Ching. E ele pede socorro de alguém maior que todos os oráculos. Ele chama um poeta. O poeta vem e canta sobre o trágico canto, o seu canto de alegria:
Oh! amigos – não cantemos assim: Cantemos com prazer maior, com mais alegria! Alegria! Alegria! Centelha de Deus! Todas as criaturas bebem dela, nos seios da natureza.
Faz muitos anos eu li o livro Lições de Abismo, de Gustavo Corção. É a história de um homem, nos seus 50 anos, que descobre que tem apenas mais seis meses de vida. Sem tempo para construir o futuro, ele olha para trás, na tentativa de ouvir alguma melodia que se tivesse anunciado em meio às dissonâncias de sua vida. E se perguntava:
Valeu a pena?
Que bom seria se fôssemos como uma sonata de Mozart, só 20 minutos, mas nesses minutos tudo o que é para ser dito, é dito!
Coitado! Ele não percebeu que a vida de alguém não se mede pelo número de anos vividos, da mesma forma como a beleza não pode ser medida pela duração da melodia. Beethoven disse tudo o que era para ser dito em 50 minutos. Mozart dizia o essencial em 20minutos. E Milton Nascimento faz a mesma coisa em quatro minutos. A Adélia Prado precisa apenas de 30 segundos. Blake dizia que a eternidade mora num grão de areia e pode ser contida na palma da mão. Com o que Borges concorda:
A vida é feita de momentos .
Valeu a pena?
A sua pergunta está respondida nos curtos momentos da Nona Sinfonia.
Curtos, mas destinados à eternidade.
“Cada momento de alegria, cada instante efêmero de beleza, cada minuto de amor, são razões suficientes para uma vida inteira. A beleza de um único momento eterno vale a pena de todos os sofrimentos”.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Beethoven - Ode à Alegria
Namaste!
Quem me conhece sabe que gosto muito de músicas (excessivamente, na verdade) , MÚSICAS DE QUALIDADE, e entre as muitas que ouço diariamente estão as clássicas. Sim, eu não passo um dia sequer sem ouvir músicas, se por acaso demoro a fazer isso, meu corpo vai entrando em abstinência, e necessito urgentemente ouvir uma boa música. Há muitos estudos por trás desse mundo de sons que comprovam que as boas músicas e saber ouvi-las, faz muito bem ao nosso corpo mental e emocional e conseqüentemente para o físico. Já dizia o Uexküll: “Todo corpo é uma música que se toca”. E é claro cada pessoa tem suas preferências e assim seus gostos são inerentes à sua busca.
Rubem Alves cita muito em seus textos o gosto por músicas clássicas dentre elas as de Bach. Ele diz: A música me faz sair do meu mundo medíocre e entrar num outro,de beleza e formas perfeitas...Ouvir música é oração...Música é parte de mim.
Para me conhecer e me amar é preciso conhecer e amar as músicas que eu amo."
Friedrich Nietzsche também fala sobre a música: “Sem a música, a vida seria um erro”.
“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”.
Entre os compositores clássicos, tenho um “amor” maior por Beethoven, e busco conhecer melhor sua vida e obra. Indico os livros “Beethoven de Edmund Morris”, A música e a vida de Beethoven - Lewis Lockwood, e filmes como “Minha Amada Imortal e O Segredo de Beethoven.
Toda obra de Beethoven tem grande importância terapêutica e nisso encontro uma grande sincronicidade entre minha “preferência” a ele e meu trabalho terapêutico, eu não sabia disso quando comecei a ouvir suas obras e me encantar cada vez mais.
Completamente surdo Beethoven em seu mundo sem sons, fez surgir em seu pensamento a 9ª Sinfonia – Sinfonia que canta a alegria da vida, nascida do silêncio dos sons que não existiam. A 9ª sinfonia nos permite um contato mais "refinado" com a consciência!!
Hoje, vou postar no blog somente um resumo biográfico da vida desse grande compositor e um vídeo cantado lindamente por uma cantora que aprecio muito Nana Mouskouri do trecho da Nona Sinfonia - Ode à Alegria.
Feche os olhos, aquiete a mente e o coração e absorva cada partícula emitida pelos sons divinos do grande BEETHOVEN.
É no silêncio da alma que encontramos a verdadeira beleza, um mundo onde só há espaço para o encanto, a beleza abstrata, pois é na alma que mora o divino em nós.
Rose Colaneri
Músico alemão
LUDWIG VAN BEETHOVEN
16/12/1770 - Bonn, Alemanha
26/03/1827 - Viena, Áustria
uol educação
"Escutar atrás de si o ressoar dos passos de um gigante". Esta foi a definição que o compositor Johannes Brahms deu à Nona Sinfonia de Beethoven.
Beethoven era alemão, mas seu nome de família mostra a ascendência holandesa. A palavra "bettenhoven" significa canteiro de rabanetes e é o nome de uma aldeia na Holanda. A partícula "van" também é bastante comum aos nomes holandeses. O avô do compositor era da Bélgica e a família Beethoven estava há poucas décadas na Alemanha na época do nascimento de Ludwig.
O avô Beethoven trabalhava como diretor de música da corte de Colônia e era um artista respeitado. Seu filho, Johann, pai de Ludwig, o seguiu na carreira, mas sem o mesmo êxito. Johann percebeu que o pequeno Ludwig tinha talento e tratou de obrigar o filho a estudar muitas horas por dia.
Ludwig deixou a escola com apenas 11 anos e aos 13, já ajudava no sustento da casa, trabalhando como organista, cravista, músico de orquestra e professor. Era um adolescente introspectivo, tímido e melancólico, freqüentemente imerso em devaneios.
Em 1784, Beethoven tornou-se amigo do jovem conde Waldstein, que notou o talento do compositor e o enviou para Viena, na Áustria, para que se tornasse aluno de Mozart. O breve relacionamento entre os dois compositores, porém, é incerto e pode nem ter acontecido, segundo algumas fontes. Em duas semanas, Beethoven voltou para Bonn, devido à morte da mãe.
Começou então a fazer cursos de literatura, como uma forma de compensar sua falta de estudo. Teve contato com as fervilhantes idéias da Revolução Francesa e a literatura pré-romântica alemã de Goethe e Johann Schiller. Esses ideais se tornariam fundamentais na arte de Beethoven.
Em 1792, Beethoven partiu definitivamente para Viena, novamente por intermédio do conde Waldstein. Dessa vez, Ludwig havia sido aceito como aluno de Haydn - a quem chamaria de "papai Haydn". Beethoven também teve aulas com outros professores.
Seus primeiros anos vienenses foram tranqüilos, com a publicação de seu Opus 1, uma coleção de três trios, e a convivência com a sociedade aristocrática vienense, que lhe fora facilitada pela recomendação do conde. Era um pianista de sucesso e soube cultivar admiradores.
Surgiram então os primeiros sintomas da surdez. Em 1796, na volta de uma turnê, começou a queixar-se, e teve o diagnóstico uma congestão dos centros auditivos. Tratou-se com médicos e melhorou sua higiene, a fim de recuperar a boa audição. Escondeu o problema de todos.
Em 1802, por recomendação médica, foi descansar na aldeia de Heilingenstadt, perto de Viena. Em crise, escreveu o que seria o seu documento mais famoso: o "Testamento de Heilingenstadt". Trata-se de uma carta, originalmente destinada aos dois irmãos, que nunca foi enviada, onde ele reflete, desesperado, sobre sua arte e a tragédia da surdez.
O suicídio era um pensamento recorrente. O que o fez mudar de idéia foi encarar a música como missão: "Foi a arte, e apenas ela, que me reteve. Ah, parecia-me impossível deixar o mundo antes de ter dado tudo o que ainda germinava em mim."
Só em 1806, Beethoven revelou o problema, em uma frase anotada nos esboços do Quarteto n° 9: "Não guardes mais o segredo de tua surdez, nem mesmo em tua arte!".
Beethoven nunca se casou e sua vida amorosa foi uma sucessão de insucessos e de sentimentos não-correspondidos. Apenas viu realizado um amor correspondido. A revelação está na "Carta à Bem-Amada Imortal", escrita em 1812. A identidade dessa mulher nunca ficou clara e suscitou muitas especulações. Um de seus biógrafos concluiu que ela seria Antonie von Birckenstock, casada com um banqueiro de Frankfurt.
Em 1815, o irmão de Ludwig, Karl, morreu deixando um filho de oito anos para ele e a mãe da criança cuidarem. Beethoven lutou na justiça para ser seu único tutor e ganhou a causa.
Beethoven passou os anos seguintes em depressão, mas, ao sair dela em 1819, deu início a um período de criação de obras-primas: as últimas sonatas para piano, as "Variações Diabelli", a "Missa Solene", a Nona Sinfonia e, principalmente, os últimos quartetos de cordas.
Foi em plena atividade, cheio de planos para o futuro (uma décima sinfonia, um réquiem, outra ópera), que ficou gravemente doente - pneumonia, além de cirrose e infecção intestinal. Morreu no dia 26 de março de 1827.
Beethoven é reconhecido como o grande elemento de transição entre o Classicismo e o Romantismo.
Estudiosos costumam dividir a obra beethoveniana em três fases. A primeira incluiria as obras escritas entre 1792 e 1800. A segunda fase corresponderia ao período de 1800 a 1814, marcado pela surdez e pelas decepções amorosas. São características dessa fase obras como a sinfonia "Eroica", a "Sonata ao Luar" e os dois últimos concertos para piano. A última fase, de 1814 a 1827, ano de sua morte, seria o período das obras monumentais: a Nona Sinfonia, a "Missa Solene", os últimos quartetos de cordas.
A obra de Beetoven inclui uma ópera ("Fidelio"), música para teatro e balé, missas; sonatas; cinco concertos para piano, um para violino e um tríplice, para violino, violoncelo e piano; música de câmara (os quartetos de cordas) e nove sinfonias.
A Sinfonia n° 3, "Eroica", foi planejada para ser uma grande homenagem a Napoleão Bonaparte. A Nona, talvez a obra mais popular de Beethoven, marcou época. Sua grande atração é o final coral, com texto de Schiller, a "Ode à Alegria".
A 9ª Sinfonia no filme "Minha Amada Imortal"
domingo, 24 de julho de 2011
A humildade do Mestre
A Humildade do MestrePor Denys Bernard
Uma vez existiu na China um homem que, sendo possuidor de uma imensa bondade, levava uma vida pura e em harmonia com todos os seres da natureza.
Até que um dia, Deus enviou um anjo para falar com ele, e lhe disse:
- Deus quer compensá-lo por suas boas ações.
- Não é necessário - respondeu o homem.
- E se você tivesse o Dom de curar? - perguntou o anjo.
- De maneira alguma! - disse ele - Eu não saberia como distinguir quem merecesse ou não ser curado.
- E se possuísse o Dom da palavra que transforma? - insistiu o anjo - Você poderia atrair as pessoas para o caminho da Verdade.
- Não quero ser venerado por ninguém. Gostaria de continuar sendo uma pessoa simples - foi a resposta.
- Preocupado, o anjo disse:
- Não posso voltar para de onde vim sem antes ter lhe concedido uma graça, um milagre ou um Dom. Se você não escolher, será obrigado a aceitar qualquer um.
O homem pensou por um momento, e disse:
- A partir de hoje, gostaria que o Bem que eu possa fazer ninguém perceba que fui eu - e acrescentou - Nem mesmo eu devo saber; alimentaria a minha vaidade.
Satisfeito, o anjo fez um gesto e a sombra do homem passou a ter o poder de abençoar e de curar. Mas isto só aconteceria quando seu rosto estivesse na direção do sol. Desta forma, por onde ele fosse, os doentes seriam aliviados, a terra seca se tornaria fértil e as pessoas tristes voltariam a sorrir.
Este homem caminhou muitos anos pela Terra sem jamais saber dos milagres que realizava, pois quando o sol batia em seu rosto sua sombra sempre estava detrás dele.
Assim, ele viveu e morreu sem nunca ter consciência da sua própria Santidade.
* * * * *
O nome deste personagem era Lao Tsé. Viveu na China no século V a.C. num período em que o país enfrentava muitas guerras e problemas políticos.
Morou sempre sozinho, mas sempre recebia a todos com amor. Não teve seguidores, nem nunca os permitiu. Defendia a liberdade de crença e não acreditava em diferenças sociais. Não gostava de honrarias. Sempre que possível, evitava ter de ir ao Palácio Real quando o príncipe o chamava.
Dotado de uma sensibilidade extraordinária, gostava de receber o amanhecer caminhando pelo bosque, respirando e meditando com a brisa matinal. Contam que nessas caminhadas houve um soldado que o seguia de longe. Seu nome era Lin Hsi, e admirava Lao Tsé pela paz que fluía da sua pessoa.
Ao alcançar uma idade avançada e pressentindo que a China seria invadida pelos mongóis, Lao Tsé decidiu deixar o Império saindo pelo portão Oeste, rumo à Ásia central. Foi quando o soldado Lin Hsi o tomou como prisioneiro.
- Amigo, sou muito velho para participar da guerra. - disse Lao Tsé.
- Não queira me enganar! - disse o soldado - Sei quem você é! Durante anos segui-o pelo bosque nas suas caminhadas ao amanhecer. Os milagres aconteciam sob sua sombra por onde você passava. Portanto, você deve ser um santo, um mestre ou um sábio.
- Agora o reconheço, - disse Lao Tsé - algumas vezes senti sua presença, ao longe, no bosque.
O soldado o levou até sua casa, e disse:
- Registre para mim um pouco da sua sabedoria. Não quero que a História deixe de saber quem foi Lao Tsé. Escreva um livro antes de partir. Enquanto isso será meu prisioneiro.
É claro que ficaram amigos e Lao Tsé se tornou seu hóspede. Após um pernoite, escreveu 5000 palavras que chamou de "TAO TÉ CHING" ou "Livro do Caminho Perfeito". A sua linguagem misteriosa e condensada, não admite leitura superficial, pois só vai sendo revelada aos poucos conforme o leitor abre seu coração à Verdade.
A partir do livro surgiu o "Taoísmo", filosofia que inspirou Confúcio, serviu de base do Budismo Ch’an ou Zen, e cuja influência é indiscutível no pensamento da China.
Talvez a maior virtude de Lao Tsé fosse a humildade. Ele dizia:- SABEIS PORQUE O MAR E OS RIOS SÃO SUPERIORES AOS RIACHOS DAS MONTANHAS? POIS, PORQUE SABEM MANTER-SE SEMPRE ABAIXO DELES.Conhecedor profundo do ser humano, sabia que todos vivemos em dois mundos paralelos: o mundo exterior e o mundo interior ou sutil. Às vezes, o passado se torna mais importante que o presente. Às vezes, o sonho é mais real que a realidade.
Nos escritos de Chuang Tsú, mestre taoísta do século III a.C., narra-se um sonho que teve Lao Tsé, descrito com seus próprios versos:"SONHEI QUE ERA BORBOLETA.
E FOI UM SONHO TÃO REAL
QUE AO ACORDAR,
EU NÃO SABIA MAIS
SE ERA UM HOMEM
QUE SONHOU QUE ERA BORBOLETA
OU UMA BORBOLETA
SONHANDO QUE ERA HOMEM".