nunca esteve sozinho dentro de si mesmo.
Muitas vezes estar num deserto é o único caminho para se conhecer verdadeiramente, se olhar no espelho e reconhecer que além do reflexo físico,
há uma alma, que abriga tudo que sentimos, que busca a completa interação com os corpos físico, etérico, emocional, mental,
que muitas vezes estão em total dissonância e se perdem...
nunca se encontram... e a paz que tanto queremos, não acontece...
Amar é muito mais que desejar,
Refletir é muito mais que interiorizar...
Viver é muito mais que existir!!
* * *
Por um tempo andei pelo deserto Sem saber onde ia chegar...
Sem força...com pouca fé...
Até que o cansaço e as dores me fizeram parar,
E por um tempo desistir...
O meu deserto era negro apesar do Sol, e muito cruel...
Destruindo e transformando tudo em cinzas.
A solidão me mantinha agarrada nos braços da morte...
O deserto significa morte quando ficamos parados nele...
Mortos vivos...vivos mortos...
Ficamos presos no instante onde nada...nada acontece...
Mas esse mesmo deserto, essa mesma solidão, podem levar a outros caminhos E podem significar... Renascimento!
Quando não há mais fé e força para levantar e prosseguir,
Sutilmente, Um Poder Superior se faz presente...revelando caminhos...
E é preciso reconhecer nos simbolismos,
a luz que iluminará e fará com que das cinzas surja uma nova vida:
como a Fênix!
E o mesmo Sol que antes feria o corpo no deserto,
Torna-se a Luz que direciona,
que dá forças para prosseguir...
Em busca de si mesmo,
em busca do melhor de si mesmo,
No amor, no auto-perdão...
na compreensão... de que um dia tudo passará,
Porque tudo passa, tudo é impermanente,
Até as coisas ruins que nos acontecem...
By Rose Colaneri
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Deserto, vazio, imensidão e silêncio,
tempestades de areia, calor abrasador,
oásis e repouso:
“Anuncia-lhes
Que a água deve ser bebida
por diversas sedes, a maior e a menor,
não avalies a bondade da água
pelo tamanho da tua bilha
a parte prometida
a parte permitida
a cada um,
é aquela que pode caber
na palma de suas mãos,
anuncia-lhes ainda
que a água só é viva
para aqueles que têm sede...”
Jean-Yves Leloup, em “Deserto, Desertos"
- Desertos –
Existe a bondade da água,
e existe a palma das mãos...
O deserto nos situa fora dos acontecimentos do tempo e do espaço
onde o tempo é abolido,
o espaço perde os limites
onde o espaço não tem limites,
o tempo é abolido
assim o deserto nos conduz
às fronteiras do tempo-espaço
a sede do dia
pouca coisa interessa ao caminhante
salvo o encontro com a fonte.
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NO DESERTO
você não se deita duas vezes
sobre a mesma duna
o sangue a pulsar nas veias
os pés-de-vento nas areias
o tempo tudo transforma,
tudo modifica
o mundo que está vindo a ser
Já não é mais o que era antes
chega-se ao deserto no dia em
que se descobre que sempre se
esteve ali , e o que nos
escondia o deserto?
Um certo conforto
um certo esquecimento
mas lá estava ele
FIEL, E TENAZ
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Partir para o deserto é partir para o mais longe de si mesmo e dali depois voltar para o mais perto
adereços e ornamentos , dispensáveis não têm vez no deserto, pois, para atravessá-lo, apenas do essencial não se deve prescindir e, nessa travessia, o que vem a ser essencial?
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Essencial é recordar
a lição da flor de lótus,
que, em meio ao lamaçal do pântano, emerge límpida e resplandecente.
Essencial é cultivar
um coração puro e radiante,
tal qual a flor de lótus.
O essencial em geral tem a ver com a simplicidade, estando ao alcance de quem o queira buscar. Simplicidade como beber água direto na nascente, com a concha formada pela palma das mãos vazias.
Mãos limpas e abertas são necessárias
àqueles que almejam alcançar a Fonte.
Essencial é a sede espiritual.
A água límpida da Nascente
vivifica, dignifica, purifica...
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Essencial é compartilhar
os bens e os dons com os quais fomos
agraciados pela Vida.
Compartilhar o nosso excedente
com aquele que se encontra privado do necessário.
“Não se enriquece sendo miserável;
ninguém empobrece sendo generoso.”
antigo ditado oriental
Essencial é respeitar e proteger a vida,
em todas as suas manifestações.
Essencial é buscar o conhecimento, o saber.
Essencial é o amor.
Amar tem mais a ver com “encontrar”
do que com “escolher”.
E ao se compartilhar sonhos e anseios,
dores e alegrias,
o mundo se torna mais leve.
Essencial é a família.
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Não nos é dado escolher a família onde nascemos...,
...mas está nas nossas mãos o cultivo de
relações familiares harmoniosas, amando,
quando possível,
perdoando, sempre que necessário.
“Uma família feliz nada mais é
que o paraíso antecipado.”
Essencial é recordar que, apesar de
todas as aparentes diferenças,
- de raça, credo, idioma...
...pertencemos todos a uma única família,
- a família humana...,
...e que todos compartilhamos os
mesmos anseios por dignidade,
liberdade e uma vida plena.
Somos todos raios de uma mesma Luz,
ecos de uma mesma Voz...,
...navegantes do mesmo mar da Vida.
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Essencial é proteger a infância.
Essencial é garantir as condições necessárias para que toda criança desenvolva seu pleno potencial,
físico, mental, emocional, social, espiritual...
Essencial é recordar que as crianças têm muito mais para ensinar do que aprender,
Essencial é saber ver, querer ouvir.
Essencial é o devido respeito aos idosos.
Essencial é fazer sábio uso
do vigor da juventude...
Essencial é amparar o enfermo,
socorrer o necessitado.
Essencial é não permitir que a rotina nos torne alheios aos mistérios e encantos que a vida entesoura.
Antes das tantas cidades erguidas,
o que havia, senão o deserto?
Essencial é não esquecer
as lições do deserto.
**
A lição de seguir adiante,
de não se deixar abater diante do vento abrasador,
do calor escaldante, das noites sem luar.
A lição da fugacidade
e da fragilidade da existência humana,
a nos recordar a todo instante
de quão delicada e breve é
a nossa passagem terrena.
A busca por sentido por algo que transcenda
as cores e as formas efêmeras, por algo maior
do que as miudezas do dia-a-dia
“O que é o homem?”,
“O que é o mundo?”,
Perguntavam-se os antigos povos do deserto.
-“Uma gota de orvalho na borda de um cântaro”
Diria mais tarde o profeta Isaías.
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Uma gota de orvalho que se desvanece mais célere ainda sob o sol do deserto.
O deserto nos ensina a ver a claridade que há no olhar da criança, e a luminosidade, no olhar do ancião.
Uma luz que viu e atravessou a noite,
uma inocência que nada ignora das durezas e dos esplendores da existência.
O caminhante que resolve percorrer a imensidão e o silêncio do deserto, em direção ao Infinito, não embarca numa empreitada de aniquilamento.
Antes, haverá de reatar os laços com aquilo que o ser humano tem de Eterno, e que se achavam velados pelas ocupações e preocupações do tempo.
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“O mundo é a extremamente pesada presença das coisas, onde se sente por vezes a demasiadamente viva ausência de Deus...”
“O deserto é a extremamente dura ausência das coisas, onde se sente às vezes a demasiadamente doce presença de Deus”
Jean-Yves Leloup
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