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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Desertos...by Rose Colaneri, Um Peregrino, JY Leloup








Quem nunca vivenciou um deserto,
nunca esteve sozinho dentro de si mesmo.
Muitas vezes estar num deserto é o único caminho para se conhecer verdadeiramente, se olhar no espelho e reconhecer que além do reflexo físico,
há uma alma, que abriga tudo que sentimos, que busca a completa interação com os corpos físico, etérico, emocional, mental,
que muitas vezes estão em total dissonância e se perdem...
nunca se encontram... e a paz que tanto queremos, não acontece...

Amar é muito mais que desejar,
Refletir é muito mais que interiorizar...
Viver é muito mais que existir!!

* * *
Por um tempo andei pelo deserto Sem saber onde ia chegar...
Sem força...com pouca fé...
Até que o cansaço e as dores me fizeram parar,
E por um tempo desistir...
O meu deserto era negro apesar do Sol, e muito cruel...
Destruindo e transformando tudo em cinzas.
A solidão me mantinha agarrada nos braços da morte...
O deserto significa morte quando ficamos parados nele...
Mortos vivos...vivos mortos...
Ficamos presos no instante onde nada...nada acontece...
Mas esse mesmo deserto, essa mesma solidão, podem levar a outros caminhos E podem significar... Renascimento!
Quando não há mais fé e força para levantar e prosseguir,
Sutilmente, Um Poder Superior se faz presente...revelando caminhos...
E é preciso reconhecer nos simbolismos,
a luz que iluminará e fará com que das cinzas surja uma nova vida:
como a Fênix!
E o mesmo Sol que antes feria o corpo no deserto,
Torna-se a Luz que direciona,
que dá forças para prosseguir...
Em busca de si mesmo,
em busca do melhor de si mesmo,

No amor, no auto-perdão...
na compreensão... de que um dia tudo passará,
Porque tudo passa, tudo é impermanente,
Até as coisas ruins que nos acontecem...
By Rose Colaneri


*****************



Deserto, vazio, imensidão e silêncio,

tempestades de areia, calor abrasador,

oásis e repouso:

“Anuncia-lhes

Que a água deve ser bebida

por diversas sedes, a maior e a menor,

não avalies a bondade da água

pelo tamanho da tua bilha

a parte prometida

a parte permitida

a cada um,

é aquela que pode caber

na palma de suas mãos,

anuncia-lhes ainda

que a água só é viva

para aqueles que têm sede...”

Jean-Yves Leloup, em “Deserto, Desertos"



- Desertos –

Existe a bondade da água,

e existe a palma das mãos...

O deserto nos situa fora dos acontecimentos do tempo e do espaço

onde o tempo é abolido,

o espaço perde os limites

onde o espaço não tem limites,

o tempo é abolido

assim o deserto nos conduz

às fronteiras do tempo-espaço

a sede do dia

pouca coisa interessa ao caminhante

salvo o encontro com a fonte.


**

NO DESERTO

você não se deita duas vezes

sobre a mesma duna

o sangue a pulsar nas veias

os pés-de-vento nas areias

o tempo tudo transforma,

tudo modifica

o mundo que está vindo a ser

Já não é mais o que era antes

chega-se ao deserto no dia em

que se descobre que sempre se

esteve ali , e o que nos

escondia o deserto?

Um certo conforto

um certo esquecimento

mas lá estava ele

FIEL, E TENAZ


**

Partir para o deserto é partir para o mais longe de si mesmo e dali depois voltar para o mais perto

adereços e ornamentos , dispensáveis não têm vez no deserto, pois, para atravessá-lo, apenas do essencial não se deve prescindir e, nessa travessia, o que vem a ser essencial?


**
Essencial é recordar

a lição da flor de lótus,

que, em meio ao lamaçal do pântano, emerge límpida e resplandecente.


Essencial é cultivar

um coração puro e radiante,

tal qual a flor de lótus.


O essencial em geral tem a ver com a simplicidade, estando ao alcance de quem o queira buscar. Simplicidade como beber água direto na nascente, com a concha formada pela palma das mãos vazias.

Mãos limpas e abertas são necessárias

àqueles que almejam alcançar a Fonte.


Essencial é a sede espiritual.

A água límpida da Nascente

vivifica, dignifica, purifica...



**
Essencial é compartilhar

os bens e os dons com os quais fomos

agraciados pela Vida.

Compartilhar o nosso excedente

com aquele que se encontra privado do necessário.


“Não se enriquece sendo miserável;

ninguém empobrece sendo generoso.”

antigo ditado oriental


Essencial é respeitar e proteger a vida,

em todas as suas manifestações.

Essencial é buscar o conhecimento, o saber.

Essencial é o amor.


Amar tem mais a ver com “encontrar”

do que com “escolher”.


E ao se compartilhar sonhos e anseios,

dores e alegrias,

o mundo se torna mais leve.

Essencial é a família.

**

Não nos é dado escolher a família onde nascemos...,

...mas está nas nossas mãos o cultivo de

relações familiares harmoniosas, amando,

quando possível,

perdoando, sempre que necessário.


“Uma família feliz nada mais é

que o paraíso antecipado.”


Essencial é recordar que, apesar de

todas as aparentes diferenças,

- de raça, credo, idioma...

...pertencemos todos a uma única família,

- a família humana...,

...e que todos compartilhamos os

mesmos anseios por dignidade,

liberdade e uma vida plena.


Somos todos raios de uma mesma Luz,

ecos de uma mesma Voz...,

...navegantes do mesmo mar da Vida.



**


Essencial é proteger a infância.

Essencial é garantir as condições necessárias para que toda criança desenvolva seu pleno potencial,

físico, mental, emocional, social, espiritual...


Essencial é recordar que as crianças têm muito mais para ensinar do que aprender,

Essencial é saber ver, querer ouvir.

Essencial é o devido respeito aos idosos.

Essencial é fazer sábio uso

do vigor da juventude...


Essencial é amparar o enfermo,

socorrer o necessitado.

Essencial é não permitir que a rotina nos torne alheios aos mistérios e encantos que a vida entesoura.


Antes das tantas cidades erguidas,

o que havia, senão o deserto?

Essencial é não esquecer

as lições do deserto.

**


A lição de seguir adiante,

de não se deixar abater diante do vento abrasador,

do calor escaldante, das noites sem luar.


A lição da fugacidade

e da fragilidade da existência humana,

a nos recordar a todo instante

de quão delicada e breve é

a nossa passagem terrena.


A busca por sentido por algo que transcenda

as cores e as formas efêmeras, por algo maior

do que as miudezas do dia-a-dia

“O que é o homem?”,

“O que é o mundo?”,


Perguntavam-se os antigos povos do deserto.


-“Uma gota de orvalho na borda de um cântaro”


Diria mais tarde o profeta Isaías.

**

Uma gota de orvalho que se desvanece mais célere ainda sob o sol do deserto.

O deserto nos ensina a ver a claridade que há no olhar da criança, e a luminosidade, no olhar do ancião.

Uma luz que viu e atravessou a noite,

uma inocência que nada ignora das durezas e dos esplendores da existência.


O caminhante que resolve percorrer a imensidão e o silêncio do deserto, em direção ao Infinito, não embarca numa empreitada de aniquilamento.

Antes, haverá de reatar os laços com aquilo que o ser humano tem de Eterno, e que se achavam velados pelas ocupações e preocupações do tempo.

**

“O mundo é a extremamente pesada presença das coisas, onde se sente por vezes a demasiadamente viva ausência de Deus...”


“O deserto é a extremamente dura ausência das coisas, onde se sente às vezes a demasiadamente doce presença de Deus”


Jean-Yves Leloup
um_peregrino
Copie com Amor,
preserve o nome do autor

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A beleza dos sentimentos - Rubem Alves







Porque hoje é aniversário de Rubem Alves e o vídeo é especial para ele.
Parabéns Rubem Alves !




"Chega um dia que faz a gente parar e prestar atenção:
o dia do aniversário.
No dia do aniversário a gente diz:
“Passou mais um ano da minha vida“.
Jeito bobo. Os números não dizem nada.
Há um verso sagrado que diz:
“Ensina-me a contar os nossos dias de tal maneira
que alcancemos corações sábios.“
Muita gente envelhece sem ficar sábio.
O que é um sábio?
Sábio não é quem sabe muito.
Sábio é quem come a vida
como se ela fosse um fruto saboroso.
O que dá prazer e alegria não são coisas grandes,
festas com bolo, bexigas e presentes.
O que dá alegria são coisas pequenas.
Por exemplo: brincar com um cachorrinho.
Balançar num balanço.
Andar na água fria de um riachinho.
Ver um ipê florido. Ler um livro.
Armar um quebra-cabeças.
Ver fotografias antigas.
O sábio presta atenção nos prazeres
e alegrias de cada momento".


"Nasci no dia 15 de setembro de 1933. Faça as contas para saber quantos anos não tenho. Que "não tenho", sim; porque o número que você vai encontrar se refere aos anos que não tenho mais, para sempre perdidos no passado. Os que ainda tenho, não sei, ninguém sabe..."

Rubem Alves


A BELEZA DOS SENTIMENTOS DE RUBEM ALVES


“Se te perguntarem quem era essa que às areias e gelos quis ensinar a primavera...”: é assim que Cecília Meireles inicia um dos seus poemas. Ensinar primavera às areias e gelos é coisa difícil. Gelos e areias nada sabem sobre primaveras... Pois eu desejaria saber ensinar a solidariedade a quem nada sabe sobre ela. O mundo seria melhor. Mas como ensiná-la?

Será possível ensinar a beleza de uma sonata de Mozart a um surdo? Como? - se ele não ouve. E poderei ensinar a beleza das telas de Monet a um cego? De que pedagogia irei me valer para comunicar cores e formas a quem não vê? Há coisas que não podem ser ensinadas. Há coisas que estão além das palavras. Os cientistas, filósofos e professores são aqueles que se dedicam a ensinar as coisas que podem ser ensinadas. Coisas que podem ser ensinadas são aquelas que podem ser ditas. Sobre a solidariedade muitas coisas podem ser ditas. Por exemplo: acho possível desenvolver uma psicologia da solidariedade. Acho também possível desenvolver uma sociologia da solidariedade. E, filosoficamente, uma ética da solidariedade... Mas os saberes científicos e filosóficos da solidariedade não ensinam a solidariedade, da mesma forma como a crítica da música e da pintura não ensina às pessoas a beleza da música e da pintura. A beleza é inefável; está além das palavras.

Palavras que ensinam são gaiolas para pássaros engaioláveis. Os saberes, todos eles, são pássaros engaiolados. Mas a solidariedade é um pássaro que não pode ser engaiolado. Ela não pode ser dita. A solidariedade pertence a uma classe de pássaros que só existem em vôo. Engaiolados, esses pássaros morrem.

A beleza é um desses pássaros. A beleza está além das palavras. Walt Whitman tinha consciência disso quando disse: "Sermões e lógicas jamais convencem. O peso da noite cala bem mais fundo em minha alma... Ele conhecia os limites das suas próprias palavras. E Fernando Pessoa sabia que aquilo que o poeta quer comunicar não se encontra nas palavras que ele diz: ela aparece nos espaços vazios que se abrem entre elas, as palavras. Nesse espaço vazio se ouve uma música. Mas essa música - de onde vem ela se não foi o poeta que a tocou?

Não é possível fazer uma prova colegial sobre a beleza porque ela não é um conhecimento. E nem é possível comandar a emoção diante da beleza. Somente atos podem ser comandados. Ordinário! Marche!", o sargento ordena. Os recrutas obedecem. Marcham. À ordem segue-se o ato. Mas sentimentos não podem ser comandados. Não posso ordenar que alguém sinta a beleza que estou sentindo.

O que pode ser ensinado são as coisas que moram no mundo de fora: astronomia, física, química, gramática, anatomia, números, letras, palavras. Mas há coisas que não estão do lado de fora. Coisas que moram dentro do corpo. Enterradas na carne, como se fossem SEMENTES À ESPERA...

Sim, sim! Imagine isso: o corpo como um grande canteiro! Nele se encontram, adormecidas, em estado de latência, as mais variadas sementes - lembre-se da estória da Bela Adormecida! Elas poderão acordar, brotar. Mas poderão também não brotar. Tudo depende... As sementes não brotarão se sobre elas houver uma pedra. E também pode acontecer que, depois de brotar, elas sejam arrancadas... De fato, muitas plantas precisam ser arrancadas, antes que cresçam. Nos jardins há pragas: tiriricas, picões...

Uma dessas sementes tem o nome de "solidariedade". A solidariedade não é uma entidade do mundo de fora, ao lado de estrelas, pedras, mercadorias, dinheiro, contratos. Se ela fosse uma entidade do mundo de fora ela poderia ser ensinada. A solidariedade é uma entidade do mundo interior. Solidariedade nem se ensina, nem se ordena, nem se produz. A solidariedade, semente, tem de nascer.

Veja o ipê florido! Nasceu de uma semente. Depois de crescer não será necessária nenhuma técnica, nenhum estímulo, nenhum truque para que ele floresça. Angelus Silésius, místico antigo, tem um verso que diz: “A rosa não tem por quês. Ela floresce porque floresce." O ipê floresce porque floresce. Seu florescer é um simples transbordar natural da sua verdade.

A solidariedade é como o ipê: nasce e floresce. Mas não em decorrência de mandamentos éticos ou religiosos. Não se pode ordenar: "Seja solidário!" Ela acontece como simples transbordamento. Da mesma forma como o poema é um transbordamento da alma do poeta e a canção um transbordamento da alma do compositor...

Disse que solidariedade é um sentimento. É esse o sentimento que nos torna humanos. É um sentimento estranho - que perturba nossos próprios sentimentos. A solidariedade me faz sentir sentimentos que não são meus, que são de um outro. Acontece assim: eu vejo uma criança vendendo balas num semáforo. Ela me pede que eu compre um pacotinho das suas balas. Eu e a criança - dois corpos separados e distintos. Mas, ao olhar para ela, estremeço: algo em mim me faz imaginar aquilo que ela está sentindo. E então, por uma magia inexplicável, esse sentimento imaginado se aloja junto aos meus próprios sentimentos. Na verdade, desaloja meus sentimentos, pois eu vinha vindo, no meu carro, com sentimentos leves e alegres, e agora esse novo sentimento se coloca no lugar deles. O que sinto não são meus sentimentos. Foi-se a leveza e a alegria que me faziam cantar. Agora, são os sentimentos daquele menino que estão dentro de mim. Meu corpo sofre uma transformação: ele não é mais limitado pela pele que o cobre. Expande-se.

Ele está agora ligado a outro corpo que passa a ser parte dele mesmo. Isso não acontece nem por decisão racional, nem por convicção religiosa e nem por um mandamento ético. É o jeito natural de ser do meu próprio corpo, movido pela solidariedade. Acho que esse é o sentido do dito de Jesus que temos de amar o próximo como amamos a nós mesmos. Pela magia do sentimento de solidariedade o meu corpo passa a ser morada do outro. É assim que acontece a bondade.

Mas fica pendente a pergunta inicial: como ensinar primaveras a gelos e areias? Para isso as palavras do conhecimento são inúteis. Seria necessário fazer nascer ipês no meio dos gelos e das areias! E eu só conheço uma palavra que tem esse poder: a palavra dos poetas. Ensinar solidariedade? Que se façam ouvir as palavras dos poetas nas igrejas, nas escolas, nas empresas, nas casas, na televisão, nos bares, nas reuniões políticas, e, principalmente, na solidão...

O menino me olhou com olhos suplicantes.

E, de repente, eu era um menino que olhava com olhos suplicantes...

Fonte:
http://stoa.usp.br/anacesar

Copie com amor, conserve o nome do autor !!!!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A tranquilidade das ovelhas - Rubem Alves

Linda tela de Leonid Afremov







Namaste!


E quem nunca sentiu medo na vida?? Acho que nunca existiu uma pessoa que não experimentou a angústia do medo...a ansiedade que gera o medo...a insegurança causada pelo medo.


Claro que uma dose equilibrada de medo é necessária, pois precisamos de cautela também..

Mas há aqueles que vivem inertes por anos por causa do medo...medo da morte, medo da rejeição, medo da solidão, medo da violência, medo de amar, medo de não ser capaz, medo de não ser amado, medo de não ser inteligente, medo de não conseguir um bom emprego, medo de ter medo...há medos para todos os gostos...


Mas somente desafiando nossos medos é que os enfrentamos e os vencemos...ou não. Às vezes precisamos enfrentar os mesmos medos porque não conseguimos vencê-los em outra ocasião.

O importante é assumir que somos humanos falíveis e que podemos ter medo sim, em excesso é preciso tratar, e para isso há uma série de opções...e não é vergonhoso pedir ajuda...esse aliás é um grande passo..


Os medos sempre existirão, após vencermos um, outro virá, é preciso desafia-los,  acreditar em nosso poder pessoal, isso nos fortalece!

O texto abaixo é do grande Rubem Alves, quem me conhece sabe o quanto amo esse senhor, o quanto admiro, o quanto ele me faz aprender e refletir..até com as colocações dele que eu não compactuo, discutimos (eu e ele, mas ele não sabe) e sempre chegamos a um acordo...


Rose Colaneri


Para apreciação, Rubem Alves em:


A tranquilidade das Ovelhas


A noite estava escura, céu sem estrelas. De vez em quando ouvia-se o uivo de um lobo bem longe, misturado com o barulho do vento. As crianças reunidas na tenda do Mestre Benjamin estavam com medo.


Mestre Benjamim sentiu o medo nos seus olhos. Foi então que uma delas perguntou:


- Mestre Benjamim, há um jeito de não ter medo? Medo é tão ruim!


Mestre Benjamim respondeu: - Há sim... E ficou quieto. Veio então a outra pergunta:


- E qual é esse jeito?


- É muito fácil. É só pensar como as ovelhas pensam...


- Mas como é que vou saber o que as ovelhas estão pensando? Mestre Benjamim respondeu: -


Quando durante a noite, as ovelhas estão deitadas na pastagem, os lobos estão à espreita. E eles uivam. As ovelhas têm medo. Mas aí, misturado ao uivo dos lobos, elas ouvem a música mansa de uma flauta. É o pastor que cuida delas e não dorme nunca.


Ouvindo a música da flauta elas pensam: Há um pastor que me protege. Ele me leva aos lugares de grama verde e sabe onde estão as fontes de águas límpidas. Uma brisa fresca refresca a minha alma. Durante o dia ele me pega no colo e me conduz por trilhas amenas. Mesmo quando tenho de passar pelo vale escuro da morte eu não tenho medo. A sua mão e o seu cajado me tranqüilizam.


Enquanto os lobos uivam, ele me dá o que comer. Passa óleo perfumado na minha cabeça para curar minhas feridas. E me dá água fresca para sarar o meu cansaço. Com ele não terei medo, eternamente... (Salmo 23, paráfrase)


Mestre Benjamim parou de falar. Os olhos de todas as crianças estavam nele. Foi então que uma delas levantou a mão e perguntou:


- E os lobos? Eles vão embora? Eles morrem?


- Os lobos continuam a uivar. E continuam a ser perigosos. O pastor não consegue espantar todos eles. E por vezes eles atacam e matam. Mas as ovelhas, ouvindo a música da flauta do pastor dormem sem medo, não porque não haja mais perigo, mas a despeito do perigo.


Não há jeito de acabar com o perigo. Mas há um jeito de acabar com o medo.


Coragem é isso: dormir sem medo a despeito do perigo...


As crianças voltaram para suas tendas e dormiram sem medo, pensando nos pensamentos das ovelhas. De vez em quando, lá fora, ouvia-se o uivo de um lobo faminto.


Desde então, tornou-se costume contar ovelhinhas para dormir.


Texto de Rubem Alves, do livro: “Perguntaram-me se acredito em Deus”.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Felicidade Pode Demorar






A Felicidade Pode Demorar
A vida e o Amor de François Bitencourt



Às vezes as pessoas que amamos nos magoam,
e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada
com nosso coração machucado.

Às vezes nos falta esperança.
Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando
muito lentamente dessa ferida tão dolorosa.

Às vezes perdemos nossa fé,
então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar...
é nossa razão de existir.

Às vezes estamos sem rumo,
mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino.
Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração
pela falta de uma única pessoa.

Às vezes a dor nos faz chorar,
nos faz sofrer,
nos faz querer parar de viver,
até que algo toque nosso coração,
algo simples como a beleza de um pôr do sol,
a magnitude de uma noite estrelada,
a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto.

É a força da natureza nos chamando para a vida.

Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras
e receberam sua confiança,
te traíram sem qualquer piedade.

Você entende que o que para você era amizade,
para outros era apenas conveniência,
oportunismo.

Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo,
e por isso nunca fizeram amor,
apenas transaram...

Descobre também que outras disseram eu te amo uma única vez.
E agora temem dizer novamente,
e com razão,
mas se o seu sentimento for sincero poderá
ajudá-las a reconstruir um coração quebrado.

Assim ao conhecer alguém,
preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu,
são fatores
importantes: a relação com a família,
as condições econômicas nas quais se desenvolveu.
(dificuldades extremas ou facilidades excessivas formam um caráter),
os relacionamentos anteriores
e as razões do rompimento, seus sonhos, ideais e objetivos.

Não deixe de acreditar no amor.
Mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém
que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá.

Manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam.
E certifique-se de que
quando estão juntos,
aquele abraço vale mais que qualquer palavra.

Esteja aberto a algumas alterações,
mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa
te deixar, então nada irá lhe restar.

Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento,
manter um grande amor,
pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco.

Pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar
e seu sofrimento será ainda
mais intenso, do que teria sido no passado.

Pode ser difícil fazer algumas escolhas,
mas muitas vezes isso é necessário.
Existe uma diferença muito grande entre
conhecer o caminho
e percorrê-lo.

A tristeza pode ser intensa,
mas jamais será eterna.
A felicidade pode demorar a chegar,
mas o importante é que ela venha para ficar e não
esteja apenas de passagem...

domingo, 4 de julho de 2010

A ponte para o sempre...







A Ponte para o sempre

Pensamos, às vezes, que não restou um só dragão.
Não há mais qualquer bravo cavaleiro,
nem uma única princesa a passear
por florestas encantadas.

Pensamos às vezes, que a nossa era está além das fronteiras,
além das aventuras.
Que o destino já passou do horizonte
e se foi para sempre.

É um prazer estar enganado.
Princesas e cavaleiros, encantamentos e dragões, mistério
e aventura...
não apenas existem aqui e agora, mas também continuam a ser
tudo o que já existiu nesse mundo!

Em nosso século, só mudaram de roupagem.
As aparências se tornaram tão insidiosas,
que princesas e cavaleiros podem se esconder um dos
outros,
podem se esconder até de si mesmo.

Contudo, os mestres da realidade ainda nos encontram em
sonhos para dizer que nunca perdemos o escudo de
que precisamos contra os dragões,
que uma descarga de fogo azul
nos envolve agora, a fim
de que possamos mudar
o mundo como desejarmos.

A intuição sussurra a verdade!
Não somos poeira, somos magia!
Feche os olhos e siga sua intuição.

Richard Bach

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Wind Of Change - Vento da Mudança






The wind of change blows straight

Into the face of time

Like a storm wind that will ring

The freedom bell for peace of mind




sábado, 12 de junho de 2010

Vista cansada





Namaste!

Algumas pessoas passam pela vida totalmente cegas, não conseguem ver a beleza que há numa poesia, num quadro, num livro, numa música, não viajam com a alma, não sonham com amor e carinho, não mostram nenhum interesse pelo sentimento humano, não enxergam nem dão valor aos que estão ao seu lado, seus olhos só alcançam a si mesmas, numa atitude egoísta e individualista, materialista até... de somente TER e nunca SER.

Essas pessoas precisam perder realmente para valorizar...que triste isso!

Quem passa pela vida procrastinando relacionamentos, sentimentos, emoções e afetividade, nunca viveu e se não acordar a tempo...nunca viverá. Quem fere sua criança interior, perde a inocência mágica da alegria desinteressada, a curiosidade primária que nos leva a conhecer o belo na essência que se manifesta através da mente e visão infantis...Quem perde sua essência infantil perde sua espontaneidade. Vira máquina do ego materialista e egoísta!

Há tanta beleza no mundo...pequenas coisas tão sutis e de uma beleza encantadora capazes de nos emocionar intensamente e muitos não conseguem ver...os cegos não enxergam pessoas ao lado, simbolismos diários, chacoalhões que os acordem, e nem tão pouco, a beleza magnifica da natureza...

Essas pessoas "cegas" nunca poderão dizer que estiveram vivas...

A vida está presente no sutil, nas boas emoções, na pureza do amor, na inocência da criança e no HOJE, porque amanhã pode ser muito tarde para viver !
Rose Colaneri

Como diz o sábio Rubem Alves:
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem.
O ato de ver não é coisa natural.
Precisa ser aprendido.
Se os olhos estão na caixa de ferramentas,
eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática.
Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas
- e ajustamos a nossa ação.
O ver se subordina ao fazer.
Isso é necessário.
Mas é muito pobre.
Os olhos não gozam...
Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos,
eles se transformam em órgãos de prazer:
brincam com o que vêem,
olham pelo prazer de olhar,
querem fazer amor com o mundo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas
são os olhos dos adultos.
Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças.
Para ter olhos brincalhões,
é preciso ter as crianças por nossas mestras.
Vista cansada

Otto Lara Resende


Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê.
Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo.
O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pai que nunca viu o próprio filho.
Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas.
Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos.
É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.


Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.

domingo, 6 de junho de 2010

Até que a distância os separe








Até que a distância os separe
por Nelson Sganzerla




Eu confesso: Sou romântico! A minha geração passou pelos anos 70 onde se gritava o bordão PAZ E AMOR, tempos do Rock in Rio, Led Zeppelin, Genesis, Dylan, mas também existia o bar, o banquinho e um violão onde todos entoavam o refrão: "Vi tanta areia andei, da lua cheia eu sei, cansei de ser sozinha", época da Cuba-Libre e dos bailes de garagem, Bethania surgia cantando Gonzaguinha e lendo maravilhosos textos de Fauzi Arap.

Sou do tempo que toda garota tinha em sua estante aqueles bolachões com músicas temas das principais novelas das oito e todo fim-de-semana nos reuníamos na casa de alguém para ouvirmos aquela doce melodia, que embalava nossas paixões, às vezes até secretas, pela nossa timidez. Lembro-me quando não se era correspondido no amor, se dizia: Estou em uma fossa danada.

Nessa época, a droga não existia em nossas rodas. Claro que o pessoal do PAZ e AMOR já peregrinavam pelo LSD e outras drogas, mas eram pessoas mais velhas. Nós éramos todos românticos e sonhadores, ninguém possuía carro, mas percorríamos quilômetros a pé pelas ruas do nosso bairro em busca de aventuras amorosas e, no domingo, fazíamos o balanço das nossas eventuais conquistas.
Não sou saudosista, mas confesso que naquela época os relacionamentos eram outros. Nossa maior balada eram os bailinhos de garagem, a matinê no Clube ou o cinema no final das tardes de domingo, que sempre terminavam em uma lanchonete comendo um hambúrguer e saboreando um Milk Shake.

O ponto é: o que acontece hoje em dia com os relacionamentos? Está tudo tão vazio em torno do amor, que os jovens estão andando em círculos em busca de um prazer que é efêmero. Beijava-se pouco, mas se amava muito... Hoje isso se inverteu, beija-se muito e ama-se pouco. Não existe um começo um meio e um fim. Na época, trocávamos cartas e bilhetes na saída da escola; hoje, troca-se música no MP3 e no Ipod e cada um na sua.

Hoje se mistura álcool, drogas e energizantes com direção... e se mata pela madrugada, achando natural essa loucura. Reúnem-se em lojas de conveniências, envolvendo-se em brigas homéricas e covardes, muitas vezes tirando suas próprias vidas, por banalidades difíceis para o entendimento dos pais que sofrem por não saber o que os filhos estão fazendo, nas ruas.

Já na fase adulta, que acontece com o relacionamento do homem, que não entende uma poesia, não sabe distinguir verso de prosa, nunca leu um romance e sente sono ao assistir um drama, alegando que as "letrinhas" são muito pequenas e seu único assunto são as peripécias com seu carro, sua moto, ou o time de futebol, naquelas horrendas rodinhas que se formam ao redor do churrasco aos domingos.

O que acontece com a mulher, que pela evolução tornou-se mais bonita e exuberante, é independente financeiramente, dona de si, mas sonha com um abraço apertado e um ombro amigo como porto seguro que lhe permita a paz e a quietude depois de um dia duro e estressante de trabalho, e por mais bonita, inteligente e exuberante que seja não encontra esse companheiro...

Onde anda o romantismo nos relacionamentos, respeito, admiração, orgulho da pessoa que está ao seu lado, onde anda o amor que todos buscam? Ao contrário, o que se vê são mulheres amedrontadas e escorraçadas pelos seus maridos, agredidas na frente dos filhos. Ao contrário, o que se vê, são homens fracos, mesquinhos, egoístas sem escrúpulo, que não aceitam o fim de um relacionamento tendo sua macheza ferida e vingada com a morte da companheira.

Relacionamento é uma via de duas mãos, uma troca onde existe o prazer, de procurar fazer o outro feliz, nas pequenas coisas do dia-a-dia, esse mundo que aí está nos tornou frios e céticos em relação ao amor ao romantismo e ao bem querer, ninguém consegue mais dizer: Eu te amo! Ninguém consegue mais olhar no olho, ninguém mais tem coragem para amar, ninguém mais senta e conversa, ninguém mais revê fotos do casamento, ou daquela viagem que foi dos sonhos.

Relacionamento é repetir as mesmas coisas, todos os dias, sem medo de ser chato, de cair no ridículo. Relacionamento é deixar de ser macho para ser homem, entender que mulher gosta de carinho e não de porrada. Relacionamento é a mulher também deixar de querer ser dona de si e criticar menos o seu companheiro para também lhe dar mais carinho e atenção.

Relacionamentos acabam, porque ambos deixam de ser o que eram antes do casamento. Em algum lugar, nesse caminho, as pessoas se perdem e daí a distância torna-se muito grande entre eles, mesmo que ainda permaneçam juntos vivendo sob o mesmo teto, ou se encurta essa distância, ou essa mesma distância mais cedo ou mais tarde, certamente irá separá-los.

Pense nisso.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Não existe encontro, sem despedida...By Rose Colaneri







Namaste!


Quando pensamos que já sofremos o bastante na vida...
Acontecem coisas que superam demais o que já foi vivido...

Para uma amiga querida que se despede de mais um filho amado...
O meu amor, o meu carinho, a minha amizade, minhas lágrimas repletas de dor...
Meu conforto, meu abraço, minhas preces...

A única certeza que temos é que nada dura para sempre, e que um dia o vento leva tudo embora...e então...


Perdemos as pessoas que amamos...


Essa é a prova mais real da impermanência de tudo nessa vida...estamos juntos por um espaço muito curto de tempo, e por isso devemos fazer o nosso melhor agora, no hoje, e ainda há pessoas que não se dão conta disso e procrastinam fazer o bem, oferecer colo e amizade, amor e compaixão...deixam pra depois a dedicação, o respeito, a doçura, o carinho, a caridade...esperando um dia que pode não chegar nunca...

Felizes são aqueles que no momento da despedida sentem no coração, a paz de quem dedicou o seu melhor, que fez tudo ao seu alcance para a felicidade e o bem estar do outro...

Tristes são aqueles corações vazios, frios, endurecidos pela busca incessante do material e que esqueceram que somos em essência alma...espírito...que vive na eternidade e que a matéria se desfaz aqui nesse mundo...

Amiga querida, estou com você, mesmo que tão distante fisicamente...minha alma esta ao teu lado...

Que o sofrimento do hoje nos faça galgar degraus em evolução espiritual e nos faça fazer o bem sem olhar a quem sempre e para o resto de nossas vidas...

Rose Colaneri


“Despedidas são necessárias para que possamos nos encontrar novamente”
Richard Bach



Não existe encontro, sem despedida...

Budha.

sábado, 22 de maio de 2010

Tempo







RELÓGIO DO CORAÇÃO

Há tempos em nossa vida que contam de forma diferente.
Há semanas que duraram anos, como há anos que não contaram um dia.

Há paixões que foram eternas, como há amigos que passaram céleres, apesar do calendário mostrar que eles ficaram por anos em nossas agendas.

Há amores não realizados que deixaram olhares de meses, e beijos não dados que até hoje esperam o desfecho.

Há trabalhos que nos tomaram décadas de nosso tempo na terra, mas que nossa memória insiste em contá-los como semanas.

Há casamentos que, ao olhar para trás, mal preenchem os feriados das folhinhas.

Há tristezas que nos paralisaram por meses, mas que hoje, passados os dias difíceis, mal guardamos lembranças de horas.

Há eventos que marcaram, e que duram para sempre,
o nascimento do filho, a morte do pai, a viagem inesquecível, um sonho realizado.
Estes têm a duração que nos ensina o significado da palavra “eternidade”.

Já viajei para a mesma cidade uma centena de vezes, e na maioria das vezes o tempo transcorrido foi o mesmo.

Mas conforme meu espírito, houve viagem que não teve fim até hoje, como há percurso que nem me lembro de ter feito, tão feliz eu estava na ocasião.

O relógio do coração – hoje eu descubro - bate noutra freqüência daquele que carrego no pulso.

Marca um tempo diferente, de emoções que perduram e que mostram o verdadeiro tempo da gente.

Por este relógio, velhice é coisa de quem não conseguiu esticar o tempo que temos no mundo.

É olhar as rugas e não perceber a maturidade.
É pensar antes naquilo que não foi feito, ao invés de se alegrar e sorrir com as lembranças da vida.

Pense nisso.
E consulte sempre o relógio do coração:
Ele te mostrará o verdadeiro tempo do mundo.

Alexandre Pelegi


O TEMPO - MÁRIO QUINTANA.


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...

E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana


Namaste!
Porque deixar sempre tudo para amanhã? Será que o amanhã existirá?? Não tenha tanta certeza disso...não temos o controle da vida e muito menos do tempo...tudo passa...e não volta...e deixamos de viver hoje por esperarmos sempre pelo amanhã... Rose